15 de julho de 2014

Estatísticas da existência


Tudo poderia ter sido diferente se um evento da sua vida tivesse outro resultado.

A vida é feita de escolhas, tudo que você faz, cada passo que dá contribui para a sua existência positiva ou negativamente. O Usina tenta na semana da matemática, provar que tudo na vida é probabilidade. Sucesso ou fracasso são apenas probabilidades estatísticas de um fato.

Para isso eu vou contar uma leve síntese da minha vida e quero que vocês analisem comigo, certo? Vamos lá!

A minha mãe fumou durante 14 anos e meu pai teve alguns problemas com o álcool quando eu nem era nascido. Devido a fumo eu acabei nascendo com vários processos alérgicos muito fortes. Quando cresci decidi ir para um colégio militar, pois lá o ensino era melhor e eu poderia usar aquela farda que eu achava linda pra caramba! Lá dentro eu vi um pouco do sistema militarista e acabei me decepcionando com algumas coisas, do qual só tive como memória positiva-construtiva o último ano, isso sem falar da minha alergia que evoluiu durante os últimos dois anos de colégio. Não entrei na faculdade de primeira e antes disso eu fui parar em outro curso (licenciatura em química), lá conheci uma amiga que acabou me chamando atenção para as chamadas de lista de esperas para o curso que eu queria, deu certo e eu entrei no curso. Lá no primeiro dia parei numa sala errada e acabei conhecendo um moço que desenhava muito bem e parecia gostar muito de ciências humanas. No trote eu acabei conversando mais com um cara que usava a camisa de um jogo que marcou a minha infância. Tive decepções no meio acadêmico e isso acabou me impulsionando para um lado mais triste, até que no dia 26 de dezembro de 2013 eu postei um texto no que parecia ser o protótipo do blog que vocês vêem agora. O primeiro moço acabou demonstrando um interesse em criar um blog e junto com segundo moço viramos um trio de amigos-irmãos e criamos o projeto da central de blogs.

Sério vocês viram quantos passos se passaram? A cada escolha da minha vida eu me metia num evento aleatório e acabava com um resultado bom ou ruim. Ter alergia, por exemplo, fez com que meus olhos ficassem tão inchados que não saísse de casa, bem no dia que mataram um bandido na frente da minha casa... e se eu estivesse saudável por não ter alergia e fosse vitima de bala perdida?

Se eu tivesse entrado de primeira no curso eu não teria contato com nenhum dos dois caras que hoje são personas importantíssimas na minha vida, um me abriu os olhos à filosofia e outro me fez aprender muito mais sobre política com seu pensamento holístico (risos). Mesmo que eu tivesse entrado atrasado e se eu tivesse acertado a sala? Não teria conhecido o primeiro. Se não tivesse ido ao trote? Não teria conhecido o segundo.

Se eu não me ferrasse na faculdade eu não teria feito um texto e criado um blog. Nada disso existia.

Já deu pra entender o que eu quis dizer não? A nossa vida é feita de escolhas e grande parte delas não depende de nós diretamente pra ocorrer. Eu escolho o que vou jantar, mas não sei se o jantar me fará, subitamente, passar mal.

O fato é que na minha visão, muita coisa não está pra ser definida. O destino não existe. Aliás o destino existe mas não é o que aconteceu, pois, PARA MIM o destino é tudo que você já fez. E que mesmo que alguém fizesse o mesmo nunca seria a mesma coisa.

Depois de ler a próxima parte você vai ver lançamento de moedas de outra forma!

Ao girar uma moeda num cara ou coroa você tem 50% de chance de acertar e isso parece não significar nada não é? Mas se o resultado errado fosse uma bala direto na sua cabeça? A pergunta cara ou coroa se tornou mais difícil do que todas as provas que você fez na vida: Quando a situação se torna critica até a mais simples das escolhas se torna difícil. Se você pensa que pra ganhar um real no jogo de moedas você tem 50% de chance de acertar, quando isso é pra livrar sua vida você pensa que tem 50% de chance de errar.

Se o céu ta nublado e aquela menina te chama pra sair pra tomar um sorvete você imagina: Não há nada de errado com o tempo é só uma nuvem boba.

Mas se a sua mãe mandou sair pra comprar a bolacha que só àquela sua tia chata gosta você pensa: Mas mãe não ta vendo o tempo? Vai acontecer um dilúvio aqui.

Somos tão cruéis com a estatística que moldamos o resultado dele de acordo com nosso interesse, e muitas vezes não mexemos números, ao invés disso, ignoramos as probabilidades que não são importantes ou desejadas por nós.

Por exemplo, a chance de morrer atingido por um raio é de 1 em 2.320.000 então podemos andar seguros na chuva, ficar embaixo das árvores ou no meio do mar que nada acontece já que a chance é muito baixa. Mas o que a gente se lembra é que não é produzido apenas um raio e sim vários. São muitos sorteios randômicos e você tem mais chances de ser torrado.

A probabilidade acaba sendo deturpada por alguns para satisfazer o que mais lhe importa, sendo assim o sucesso e o fracasso são acima de tudo relativos. É muito melhor dizer que eu tenho 30% dos votos numa eleição do que dizer que 70% não me escolheram de maneira alguma. As vezes percebemos que as pessoas passam por eventos maravilhosos mas não notamos que pode ter sido ao acaso e não apenas sorte. Aliás, sorte poderia ser descrita como a falsa aparência de conforto depois de seguidos resultados positivos ou satisfatórios.

Pelo visto não falaram errado quando disseram que a vida é um jogo, mas não há perdedores ou vencedores... É tudo questão de estatística e como nós a analisados. Siga acompanhando a semana da matemática antes que num sorteio aleatório a internet acabe ou meu teclado quebre.


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