29 de junho de 2014

Mudei? não sei.

Nesse meio tempo eu me recolhi
como ferro a ser moldado
como universo a ser criado
me destrui e me refiz.

Talvez agora eu diga que mudei
e talvez tenha de fato mudado
não por querer a outro, um agrado
por repensar em tudo que acho que sei.

Acho que me tornei menos epicurista
e reformulei o conceito de amizade
como student adotei graus de liberdade
e parto a deixar essa amizade escravista.

Acabei desistido daquele amor
ao ver que de tantas lágrimas escorridas
de tanto pronunciar seu nome em minha língua
percebi que nela ressoava menos carinho e mais dor.

Não devo ter de fato alterado
visto que não me foco em me exibir,
preferi me isolar de expectadores e usufruir
de todo o sentimento que havia aprisionado.

Esperei a tempestade lá fora passar
esperei notas, noticias, algo a se falar
esperei por aquele amigo vir comigo falar
quase nada disso ocorreu, outra tempestade ia começar.

Contive-me em minha destruição
e como arvore parti-me em camadas
umas mais nobres, outras recalcadas
Mas todas com fruto em renovação.

Resolvi então pensar e cada dia escrever
parece que a única forma de me aliviar
era quando esses textos eu começava a digitar
não havia horários, nem tempos para ocorrer.

Acho que posso dizer que mudei
não pelo fato mencionado por Heráclito
e sim pela mudança em seu mais fino fato
de me tornar uma pessoa diferente de quando comecei.


Acho que em mim
acho que em fim
acho que por mim
acho que mudei
acho que ainda
acho que, não minta
acho que não sei,
acho que mais nada
acho que mortalha
acho que falei
acho que morri
acho que matei
acho que estou vivo
acho que não sei
acho que já era
acho que sou
acho que talvez
acho que mudei.

Demais

José era um cara com excedentes
fazia tantas coisas sem contestar em mente.
Sempre aceitava o que era pedido
José dizia sim demais.

Ele nunca encontrou um amor
viveu sua vida na amargura interior
nunca recebeu um carinho, pois,
José procurava demais.

Vivia com braço ralado,
quando sua alergia atacava, coitado
cercado de mil tarefas a fazer
José se esforçava demais.

As pessoas o achavam muito feliz
embora a noite chorasse com um chafariz
não queria que os outros soubessem seus problemas
José sorria demais.

E quando José queria pedir algo
sempre aceitava dos outros, seus tratados
nada saia como ele mesmo queria
José aceitava demais.

José um dia se cansou desse negócio
disse fez da raiva e da ira seus sócios
eis um dia descomunal
José se irritou demais.

Se José tivesse ponderado
Impondo seu jeito de ser, mesmo atrapalhado.
Poderia ter perdido menos a cabeça
José teria vivido mais.

No final ele ficou louco, correu na rua sem olhar
Um carro passou na mesma hora, seu corpo não pode agüentar
No enterro ninguém se preocupou com a morte de José
José estava sozinho demais.

Amigo

O que significa a palavra amigo? O melhor o que significa ser um amigo? Eu devo antes de tudo contar a verdade dos fatos, meu ser por alguma razão estranha está irrequieto, meu riso não se faz mais como antes e muitas das atividades que eu tenho hábito de fazer se tornaram pouco atraentes, até ai eu seria apenas mais um paciente com depressão a não ser por dois pequenos detalhes, eu estou procurando ler mais e estou apaixonado pela idéia de pensar, admirar o meio a minha volta e definir algumas coisas que pairam incessantemente em minha cabeça. Resolvi começar, de maneira epicurista com o sentimento mais forte que eu tenho em mim: a amizade.

Talvez, como muitos possam vir a pensar, tudo isso seja besteira e eu esteja caindo no fardo de falar se amigos por não possuir uma namorada, que isso é burrice e que quando eu tiver uma companheira eu vou sanar parte desse lado. Bem eu não acredito nisso, eu sempre gostei de ter amigos, mas nunca tive. Estranho esse pensamento não é? Gostei de algo a vida inteira, mas não tive. Lembro que muitos me zoavam bastante e pensei que por tudo ficar tudo bem no final das contas, eu de fato, tinha amigos, lembro quando eu caí e abri o queixo e pensei que já que alguns disseram que tava sangrando eu tinha amigos, lembro de quando eu estava triste e alguém abraçava e depois simplesmente ia embora e nisso eu pensava que tinha amigos e poxa, nada disso é ter amigos. Eu nunca tive no caso amigos?

Não pretendo me alongar sobre fatos irrelevantes da minha vida, se isso já não fiz, mas pensei em mil pretextos para pensar em o que constituí um amigo para mim. Chamam de muitas maneiras: cara, man, velho, irmão, mano, parceiro, e alguns xingamentos. Mas o que nutre um amigo? O que me fazer respirar aliviar ou sentir meu coração mais calmo a ver um rosto de uma pessoal qualquer e identificá-la como amigo? É um deposito, amizade em sua primeira instancia é um depósito, primeiro disso tudo você se auto-analisa e vê que tipo de pessoa você é: introvertido, falante, sorridente, pensativo, calado, sério, analítico, criativo, formal, informal. Mas por favor, veja o que é de verdade, não leve características falsas pra si mesmo por que isso pode acabar te atraindo pseudoamigos. Experiência própria, eu tantas vezes coloquei adjetivos em mim que para muitos eu era uma pessoa, mas apenas meu interior sabia que eu era outra coisa completamente diferente. Depois que você se auto-analisa e vê suas características você simplesmente vive. Nada mais. Pronto. Até ai é só você por você mesmo, mas um dia, um momento, num determinado ponto do continuo espaço-tempo, você conhece uma pessoa: mais novo, mais velho, homem, mulher, negro, branco, pobre, rico, esquerdista, direita, doente, são, introvertido, falante, sorridente, pensativo, calado, sério, analítico, criativo, formal, informal, você conhece alguém e que talvez nem saiba explicar o porquê mas você encontra alguém com quem vai agir da mesma forma que agiu com todo mundo: você vai repassar sua educação, contar piadas bobas, falar de jogos que nunca gostou (e maioria adora), vai conversar sobre comidas favoritas, vai ser você mesmo no fim das contas. E vai se abrir um pouco, do mesmo jeito que todo mundo te conhece.

Então todo mundo é teu amigo? Sério isso foi uma pergunta? Não, sem dúvidas quase ninguém é seu amigo, parabéns se você acha que tem 10, 15, 30 amigos, mas na verdade se você tiver sorte você tem, num sei uns quatro? Três? Um só? Bem você pode até achar que é pouco, mas quando você olha em volta e vê tanta falsidade, hipocrisia e como o mundo tenta te moldar para ser do jeito que ele quer. Você encontra uma pessoa que vai te tratar diferente, seja por ser extremamente parecida com você, ou por ser muito oposta.

O que fica de mais obvio é que ninguém vai ser igual a você: não espere alguém que aceite tudo 100% ou que decore, faça 100% do que você fala: amigo briga mesmo, amigo se desentende mesmo, mas é assim. Se o que torna a amizade em primeira instância é depositar coisas boas, sentimentos positivos, o que torna amizade em segunda instância é como o outro vai reagir frente a isso. Se ele começa agir como você, ele no mínimo simpatiza por você, ai você pode começar a pensar em ter uma amizade. Eu acredito que você pode conhecer um amigo em situações extremamente contrastantes e uma delas vem do ato mais sincero do corpo: o choro. Quando a janela da alma fala e você consegue não expressar mais nada é porque você está sem defesas, sem armadura, quem quer que esteja perto de você está lhe vendo com você realmente é. E se você consegue chorar na frente de uma pessoa qualquer e essa retribui lhe consolando (isto é partilhando parte da dor) ou chorando também, significa que ela confia em você a ponto de ficar sem barreiras, a ponto de se mostrar de verdade. Talvez você ainda não tenha um amigo ainda, mas com toda certeza você está bem mais próximo do que imagina.

A última instância é a mais cruel para o ser humano: aceitar as coisas como elas são e não como você quer que seja. Se seu amigo quer ir pra um show de uma banda não tão legal e você sabe que ele vai pra outro show logo em seguida de uma banda que vocês dois adoram. Você pode tomar duas posturas: ou você o encontra pra ir ao segundo show, ou você vai com ele no segundo E NO PRIMEIRO. Ai é que ta o segredo da coisa: se você vai ao segundo é por que você quer ir e pronto, tanto faz ir só ou ir com ele. Agora se você vai no primeiro, você ta indo pra fazer companhia a ele (tudo bem que você só curte uma música), você está indo pensando na companhia do seu amigo, você está cedendo, uma das coisas mais difíceis de se fazer no âmbito profissional, imagine no pessoal. Quando você trata uma pessoa estimando ela a tal ponto de fazer uma coisa que talvez nem curta tanto e essa recíproca é verdadeira, BINGO! Vocês tem um ao outro como amigo.

Ai é que ta o problema da amizade, as vezes você adora a pessoa como seu amigo e ela não ta nem ai ou não faria a você nem metade do que você faz a ela, então você não é amigo dessa pessoa. Isso por que amizade exige, antes de qualquer coisa, mutualidade. Você nunca é amigo de uma pessoa que não é sua amiga. Simplesmente isso. Se você quer da uma chance ou coisa parecida, não adianta caro leitor(a). É igual a estar apaixonado (a) saca? Se eu digo que amo aquela menina, mas ela não está nem ai pra mim, na verdade não amo, eu só prezo por ela. A amizade, assim como o amor, é mão dupla: você não pode ser amigo sozinho, a não ser que seja auto-estima, ai você é amigo de você mesmo.

Depois de já estabelecer a relação de amizade é necessário definir a distância. Se vocês ficam próximos demais, não vão poder ter liberdade um do outro e a amizade acaba por estar chiclete. Se vocês ficam distantes demais, a amizade não acaba, é algo bem pior, ela morre. Do mesmo jeito que você precisa regar uma planta, encontrar um amigo, bater um papo, é necessário. Se esse esforço não vem (de ambas as partes) a amizade talvez nunca tenha existido.

Mas como eu sei disso? Bem com o tempo algumas dessas coisas você aprende e outras você só sabe vivendo, no caso, tendo um amigo. Se eu tenho amigos? Sim eu tenho e adoro todos eles, por mais dramático isso possa ser.

Com o tempo você vai vendo que dentre esses seus amigos existem aqueles com quem você quer passar mais tempo ainda. Que você pensa quando fecha os olhos na frente de um problema, que você lembra quando vê um vídeo bobo na internet, que você imagina quando escuta uma música. Esses são os melhores amigos.

No final esses melhores amigos são os que adoçam nossa vida, e colocam cores para deixar o nosso viver menos sofrido, cada um deles com seu jeito de ser, contribuem para nos tornar mais fortes e fazer com que possamos evoluir um pouco mais, para talvez sermos capazes de dizer o que é de fato um amigo.



Ao Filósofo, Ao Ambientalista, Ao Escritor e A Arquiteta.

Solidão então

Hoje eu resolvi parar para pensar sobre solidão. Alguns dias eu acordo pensando praticamente na mesma proporção que quando fui dormir. É um ritual contínuo seja de dia ou de noite eu gosto de ficar 30~40 minutos olhando pro nada. Gosto de ficar vendo as partículas de poeira sendo refletidas pela luz do sol, por algum motivo isso me faz lembrar a humanidade: tão minúscula mas com um ar de superioridade tão inacreditável. Já à noite eu gosto da sensação do meu olho se adaptando a escuridão, e revelando a mesma paisagem cotidiana, mas sem luz. Isso me desperta linhas de pensamentos que eu jamais imaginei que pudesse despertar.

Em alguns casos também gosto de música, desta vez, uma melodia calma e se possível sem letra: para que eu possa me concentrar apenas ao som e a interpretação do ambiente. Tudo isso ocorre dentro da minha casa, mas sempre parece que eu estou viajando. Deve ser pelo fato de que eu não me atenha a ver as coisas da maneira comum.

Após entrar nesse estado pensativo eu reflito sobre varias coisas, às vezes recito textos que nunca me recordo e me deixo levar pelo sonhar acordado de universos alternativos em que eu talvez pudesse levar da mesma maneira uma vida completamente diferente, ou melhor, de outra maneira a mesma vida que possuo.

Resolvi pensar sobre uma coisa que sempre me afligiu: A solidão. Em todas as vezes que eu me encontrava só eu entrava em pânico. Eu não suportava a ideia de não ter com quem conversar, com quem interagir e talvez com isso eu começasse a falar com as paredes, imaginar inexistências e enlouquecer. Tudo recaia nisso: eu tinha medo de enlouquecer. Por causa disso eu sempre pedi um pouco mais de tempo e as vezes eu me deslocava a ficar em ambiente que eu nem sequer gostava, por não havia algo que odiasse mais do que encarar a mim mesmo e isso só é proporcionado com a solidão. Inventar conversas, coisas ou fatos quando se está só provem talvez justamente de uma fuga da minha cabeça de mim mesmo. O que será que me assustava tanto em mim mesmo? Bem eu era uma farsa e talvez eu ainda seja.

Eu costumava aceitar o que as pessoas com poder sobre mim mandavam sem reclamar, sem hesitar, mas tudo isso por fora. Eu nunca fui alienado de nada, nunca fui bobo com coisa alguma, eu fingia que era pra aceitar muitas coisas mais facilmente, eu queria ser aceito e deixei de me aceitar por isso. Com tantas vozes externas falando eu comecei a esquecer a minha própria voz e quando eu falava comigo eu estranhava a minha própria postura, como se várias pessoas existissem dentro de mim. Foi em fazer uma coisa, mas querer fazer outra que eu fui levando a vida. Foi em falar sim senhor quando todo o meu cerne gritava pelo não que eu fui “vivendo” ou ao menos achando que estava, e quando eu percebia que eu gritava esse não foi que eu fui temendo a mim mesmo.

Eis que fatores externos começaram a pesar em mim, com tanta coisa sendo feita aquela cúpula de cristal estava rachando, com a mesma intensidade de um vidro temperado de um carro após uma pedrada. Eu estava virando um monstro. Não estou virando um monstro! Não, eu só estou assumindo o verdadeiro eu.

Isso me fazia sofrer eu não queria que vissem meus defeitos, que notassem meus momentos irracionais e que principalmente quebrassem a imagem que tem de mim e a imagem que eu tenho do que os outros têm de mim. Sendo essa última uma verdadeira lamina que cortava e ainda corta muitas vezes, a minha auto-estima.

Mas um dia, vi que ia surtar ali, na frente de todo mundo, e sai... Fui pensar e ficar só. Eu queria acima de tudo estar só. E comecei a ficar mais calado, comecei a perceber mais as coisas, a pensar mais no que falar e no que pediam para mim. E nisso eu comecei a gostar de mim. A me dar um tempo. A aceitar que eu não sou um monstro tão diferente do mesmo monstro que é você leitor, ou seus amigos, meus amigos, a humanidade.

Comecei a notar que eu estava melhorando, quando algumas pessoas elogiavam-me. Eu fui criado a elogios serem tão funcionais quanto gotas d’água num incêndio, mas mesmo que isso não me engrandecesse (e ainda não engrandece), eu via que eu parecia estar melhor, já que até os defeitos que eu achava exclusivo em mim eu notava que quase todo mundo tem. Eu parecia estar melhor em ver que eu não sou um caso isolado e sim um caso que se isolou.

Agora a solidão parece ser não mais uma pessoa, mas um momento. E um momento agradável. Estar só parece tão bom quanto estar acompanhado. E agora mesmo que esteja só em meio a muita gente eu não estou mal, eu simplesmente sei lidar com a situação. Ainda mais quando notei o que algumas pessoas não notam: Em grande parte do tempo não temos, família, amigos, amores. Temos apenas a nós mesmos e terminaremos assim... Sozinhos.

Mas o que me leva a esse pensar sobre as coisas nesse momento se parece estar tudo bem? Na verdade não está tão bem assim, eu pisei no freio com muita força, eu peguei leve demais, está de um ponto que parece que retrocedi a quando dizia sim senhor. E algumas pessoas não podem ouvir muito sim, elas se acostumam, elas tomam que você sempre via responder sim.

Por isso eu resolvi sumir do mapa por um tempo, não que eu esteja contra cada ser da face da Terra, mas é que é necessário que eu me afaste tanto dos que me fazem bem quanto dos que me fazem mal. É necessário que eu me redefina, que eu me reinvente, que eu me desconstrua e me reconstrua de novo.

Não sei dizer o que vai ser produzido disso tudo: talvez alguém note que eu esteja diferente, talvez eu mesmo perceba que nada mudou, talvez todos ajam como se nada tivesse sido diferente ou talvez uma exceção a tudo isso, de forma que surpreenda a você na mesma proporção que me surpreenda.

Mas sem duvida nenhuma eu já trato a solidão como minha amiga, não como adversária e gostaria que todos soubessem o quanto é bom ter um tempo consigo mesmo. E você andarilho, como você trata a solidão? Como você trata a sua solidão?

Morto surto do louco.

Hoje eu olhei pro espelho,
quanta raiva senti
de tudo aquilo que vi
odiei minha barba, odiei meu cabelo.

Mas se foi uma imagem que eu criei
como posso eu odiá-la?
Agora que me libertei das amarras
como posso detestar o que me tornei.

E então eu fechei a luz
então eu abri o chuveiro
de tantos pensamentos, o primeiro
foi notar ao que me expus

Não era meu exterior que eu odiava
era algo do meu cerne
algo me incomodava, me sinto um verme
mas eu, resposta, não encontrava.

O que afinal poderia ser capaz
de me derrubar de me desconcertar
de tirar meu riso, secar meu chorar
a resposta não surge, penso mais.

-Cala boca porra, fica calado
de mil invenções, tu parece um retardado,

De coisas ouvidas na noite passada
nenhuma pude responder e calado estava.

Até agora a angustia insiste aqui
até o poema parece sem fim
nas próprias entrelinhas sigo sem rumo
só quero desopilar, seguir o fluxo.

Os textos parecem ser equivocados demais,
Por tenho que aceitar tudo calado?
Por que sempre sou posto como culpado?
As pessoas me apontam todos os pecados capitais.

E hoje eu tive vontade de sumir do mundo,
esquecer que tudo existe
não ser feliz, nem triste
família, amor, amigos, explodir isso tudo.

As gotas d’agua acabaram de cair
e os que ontem gritavam comigo
hoje me tratavam com todo o “carinho”
O banho de pensamentos está longe de concluir.

22 de junho de 2014

A descoberta da radioatividade (Artigo científico)

Olá andarilhos! Demorou mas a semana de química foi concluída! Gostaria de agradecer a todos que estão divulgando e prometo continuar trabalhando com o usina, visando melhorá-lo sempre! Para terminar a semana um artigo científico bem claro sobre a radioatividade. Para evitar poluir o blog eu prefiro apenas colocar o link aqui (o texto é um pouco extenso, mas muito prazeroso de ler) que explica através de experimentos com filmes fotográficos, o processo de radiação e pouco depois, radioatividade. o texto possui linguagem simples e grande cunho cientifico, lembrando que se trata de um resumo do artigo original.

A descoberta da radioatividade

R.A. MARTINS, Como Becquerel não descobriu a radioatividade (Artigo original)

Uma amiga ficou de trazer um texto de sua autoria, mas devido a problemas técnicos ela não pode me entregar até o fechamento dessa postagem, quando ela puder eu faço questão de enviar aqui.

20 de junho de 2014

Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia

Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia é o tema da nossa luneta radioativa. O filme é uma dramaturgia dos eventos que ocorreram três anos antes em Goiânia envolvendo o isótopo radioativo do césio. A história começa exatamente com os relatos da população: dois homens vão a uma clinica abandonada a procura de objetos de metal para serem vendidos numa sucata. Lá eles encontram uma peça de aproximadamente 100 quilos, constituída de chumbo. Eles levam para a casa de um deles e após mexer na peça desmontam-na, separando uma peça de aço com um orifício de uma moeda de um real. Ao virar essa peça eles encontram pequenas pedrinhas azuis e daí os efeitos da radiação do césio começam a aparecer aos poucos, sendo confundidos com mal estar por má alimentação. Na sucataria as tais pedras de césio fazem mais sucesso pela sua radioatividade (Parte da energia emitida em forma de luz (fótons), o resultado é uma luz azul muito forte, causando curiosidade a todos), devido a morte de alguns passarinhos que foram expostos a tal luz, a mulher do sucateiro começa a suspeitar sobre o tal objeto.
Acompanhe no decorrer da história como se deu esse desastre que foi um dos maiores acidentes radioativos do mundo fora de usinas nucleares.



Tempo: aproximadamente 95 minutos.
Português-Brasil.
Vídeo: 5/10
Áudio: 7/10

Obs: esse foi o melhor link que achei, sendo remasterizado e com qualidade melhorada. Como o filme é de 1990 (24 anos atrás) é compreensível que tenha uma qualidade não muito boa.

18 de junho de 2014

Decaimento Humano



Corram, fujam enquanto há tempo
A radiação está nos afetando a cada momento
Destruindo nossos sonhos num padrão conformista
que visa manipular opiniões fora da lista.

Cuidado com os lixos radioativos,
Muitos deles não indicam perigo
Alguns até fingem ser presentes
mas eles não te querem ver contente.

Soframos em partículas subatômicas
Dores intrínsecas alem do axioma
Paixões veladas por mortes esquecidas
corpos que depois se revelam em chacinas.

I'm waking up to ash and dust
I wipe my brow and I sweat my rust
I'm breathing in the chemicals
I'm breaking in, and shaping up
Then checking out on the prison bus
This is it, the apocalypse, whoa

Choremos por nossos filhos mal educados,
culpemos todo o sistema partidário.
Esqueçamos disso quando estivermos no poder
vendamo-nos para garantir um reacontecer.

Andemos por ruas vazias de gente,
chegamos ao último nível decadente
Antes que possamos lembrar no final
soltemos rojões, façamos carnaval.

Deixemos os covardes com poder
façamos do lixo o nosso viver
antes que possamos reverter essa situação
já somos vitimas de nossa própria escravidão.

Essas linhas já não trazem felicidade
decaem no até o último átomo na verdade
mas essas linhas trazem os fatos
daqueles que reconhecem esses culpados.

Mas pensemos que nunca é tarde para pensar
abram os livros, copa das árvores, filosofar.
Deixemos o pão e circo para lá,
façamos do atual um novo melhorar.

All systems go, the sun hasn't died
Deep in my bones, straight from inside
I'm waking up, I feel it in my bones
Enough to make my systems blow
Welcome to the new age, to the new age
I'm radioactive, radioactive

16 de junho de 2014

Radioatividade: Bem ou Mal?

Depois de um leve hiato devido às atividades da faculdade, o Usina volta com a Segunda semana de química. O tema que é estudado por muitos e temido por outros vem com o objetivo de não só realçar a origem do blog, como também desmitificar certas coisas a respeito do próprio tema. Sem mais enrolação o papo dessa semana é sobre radiação.

A primeira coisa a ser observada é a própria palavra: Radiação é um termo da área da física e quer dizer a propagação de energia de um ponto a outro no espaço ou num meio material em certa velocidade.  Além disso, é preciso discernir radiação de radioatividade. Este último termo só é valido para a radiação provocada pela liberação de energia proveniente de uma desintegração atômica. Radioatividade também é chamada de radiação nuclear.

Antes de nos delimitarmos em radioatividade quero citar também os outros tipos de radiação: Cósmica, ultravioleta, infravermelha.

A radiação cósmica é a primordial de radiação e é dividida em dois tipos, uma delas possui caráter eletromagnético e ainda que não faça mal diretamente a qualquer ser vivo conhecido, pode atrapalhar o dia-a-dia dos meios de comunicação. Alguns já devem ter ouvido sobre as tempestades solares, são eventos que possuem um elevado índice de radiação. O que muita gente ficou assustada foi com a destruição de qualquer aparelho tecnológico, devido à radiação liberada. O outro tipo de radiação possui um caráter corpuscular, ou seja: é caracterizada por partículas subatômicas como elétrons, nêutrons, prótons, deutérios e partículas alfa e beta. Essa mesma radiação muda de forma ao entrar em contato com nossa atmosfera, sendo formadas por mésons pi (uma partícula atômica) que decaem em múons (uma partícula elementar), elétrons e fótons.

A radiação infravermelha (que não se restringe apenas ao celular) é uma forma produzida por qualquer corpo que emita calor. Tem caráter eletromagnético e não precisando de um meio para se propagar, pode ser percebida por nós pelo espaço. O sol é a maior fonte de radiação infravermelha do nosso sistema solar. Não é ionizante, mas sua interação com algum corpo promove a agitação de suas partículas e conseqüentemente o aumento da temperatura do mesmo e é exatamente por isso que ela é a forma de radiação mais usada pela humanidade.

A radiação ultravioleta, da mesma forma que a infravermelha, também é produzida pelo sol e é eletromagnética, mas a camada de ozônio acaba filtrando a entrada dela em nosso planeta. É a responsável pelo processo de fotossíntese. Essa radiação é dividida em três tipos UVA (a que penetra mais forte em nossa pele causando o bronzeamento), UVB (a que penetra a nível médio causando algumas queimaduras) e UVC que praticamente não penetra nossa pele. De C até A encontram-se os níveis em que a nossa camada de ozônio consegue bloquear sendo C a mais bloqueada e A a menos bloqueada. Ainda que o sol seja a principal fonte, já possuímos a capacidade de gerar essa radiação, o que pode ser visto nas câmeras de bronzeamento por exemplo.

Mas o foco mesmo é a radioatividade e a influência dela em nossa convivência. Será ela tão perigosa assim? E será que ela é apenas portadora de mal? O mundo atual seria melhor sem a radioatividade?
Antes de começarmos um debate ético-químico precisamos explicar bem as coisas sobre átomos. Imagine que você tem uma bola de massa de modelar, ela é redonda e definida, suponhamos agora que eu num dia não tão bom chegue perto de você e puxe um pedaço da bola. Tanto a massa na minha mão quanto a da sua podem ser moldadas para fazer duas novas (e menores) bolinhas, não é mesmo?

É assim que a radiação nuclear funciona. Um átomo recebe um estimulo que desconstrói a estrutura dele formando dois novos átomos com características completamente diferentes e liberando energia. Esse processo é conhecido como fissão nuclear.

Mas e se ao invés de um dia ruim eu estivesse num dia bom e lhe desse um pote de massa de modelar? Você poderia juntar a bola que possui e simplesmente fazer uma maior!

Da mesma forma podemos unir dois átomos, mesclando os componentes dele e originando outro átomo novo. Esse processo é chamado de fusão nuclear.

Geralmente o estimulo que faz com que esse átomo se desestruture é um bombardeamento de nêutrons. Funciona assim, o átomo está estabilizado e você insere um nêutron nele. O problema é que isso deixa todas as partículas “desorientadas” e o que acaba acontecendo é uma readaptação em novos átomos. Daí o que pode acontecer é isso aqui:



A partir desse evento simples, muitas coisas podem ser usadas no nosso cotidiano. Frutas são conservadas por mais tempo quando recebem, proporcionalmente, quantidades de radiação, que matam algumas bactérias patogênicas. A radioatividade é usada no tratamento de células mutantes (radioterapia), na esterilização de materiais médicos, em diagnósticos, como no raio-x.

Uma grande fonte de energia é a nuclear que por meio de reatores consegue produzir grandes quantidades de energia através da fissão nuclear principalmente do urânio. A grande vantagem é que não há emissão de gases tóxicos como a queima de combustíveis fósseis. O Brasil possui duas usinas que produzem cerca de 4% da demanda elétrica do nosso pais. Uma terceira está sendo construída: Angra três.

Mas tanta energia não causa só bem e nem é usada apenas para benéfico do ser humano. A bomba atômica é um exemplo exponencialmente alto dos malefícios da radioatividade. Partindo do mesmo principio das usinas nucleares a diferença é que a energia não é contida e sim completamente liberada, causando destruição em massa. Um dos exemplos mais fortes foi o caso de Hiroshima e Nagasaki que foram arrasadas por bombas atômicas. O impacto da explosão foi tão forte, que corpos mais próximos tiveram seus átomos de carbono impressos em construções:



Além disso, a usina nuclear é praticamente um perigo constante visto que seus dejetos radioativos devem sem isolados e se ocorrer algum acidente nos reatores, lixo é espalhado por todo local onde se encontra, deixando a área afetada radioativa por anos, talvez décadas.




Vale lembrar que a radiação é emitida por todos os lados, a todo o momento incluindo do notebook que captou esse texto, do autor que o escreveu e de você leitor que está lendo, seu celular possui radiação sua família possui, tudo que exista no universo que tenha calor emanará parte dele, possuindo logo, radiação. O que causa o mal da radiação é a quantidade não o fato de simplesmente existir, o mesmo vale para a radioatividade que só faz mal quando moldada por nossas mãos para isto fazer.

Como funciona a radiação (how stuff works)?
Significado de radiação.
Radiação e Radioatividade.

15 de junho de 2014

Daltônico


Dizem que o mundo não tem cor e que tudo é escuro
O que tinge o planeta são as pessoas
que por existirem em nossa vida, vez por outra
nos tiram da mais triste indecisão do absurdo.

Eis que o mundo fica definido na pontificação do ser
os atos que todos fazem no iniciar de toda manhã
culminando na realidade mais vã,
acabam por permitir o branco ao preto viver.

Eis os primeiros os Sábios
que com sua mentalidade tão impecável
culminam em pensar em no mais admirável,
vêem em tom de cinza, deixando um pouco mais claro.

Após isso vem os depressivos
que permitem outros tons serem vistos
mas não permitem o claro ser total
preferem os tons escuros, mortos afinal.

Já os apaixonados vivem em desatino
enxergam tudo em vermelho com detalhezinhos
vêem o amor da maneira mais trivial
como sendo algo tão intrínseco, tão normal.

Os inteligentes aprendem mais cores
observam tudo com menos rumores
e por tantas cores saberem detalhar
é difícil achar uma, que eles não saibam nomear.

Os felizes que choram no fim da noite
percebem tudo com uma peça teatral
sorriem sempre, não importando o qual
e se entregam do colorido ao cinza no açoite.

Os enraivecidos perdem o viver
não observam nada que não possa irritar
evitam a brisa do vento, a onda do mar
e passam em tão em ira ser.

Os loucos trocam todos os tons
vivem mais como se não pudessem
falam mais, como se não houvessem
dizem tudo que lhe brota a mente, o som

Os alienados são os mais deploráveis
preferem riscar a realidade que se encontram
picham, de mil alegrias o que não tem então
Alcançam um patamar realmente lastimável.

O Leitor deve estar curioso, querendo saber
como será que eu enxergo o mundo?
Conto-lhe: como azul, cheiro vermelho, escuto preto
vivo entrelaçado, um sinestésico vagabundo.
que ainda caminha para ser o que talvez poder.

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