Logo eu, uma celula desapercebida,
que vaga nas paredes sanguineas
em busca de um pouco de oxigênio, coitado...
logo comigo houve esse desastre
Tão infimo e fraco que em momento de divisão
fui bagunçado e ocorreu-me uma mutação:
um pouco do ser mal é fruto de um mundo desajustado,
na luta entre entre os compostos celulares.
Alimentei-me de inveja, ganância e ira.
quis destruir tudo aquilo que eu não tinha
e antes de perceber o que havia me tornado.
A mitose já estava em citocinese.
E pude notar no momento de divisão
que eu já perpetuava o amargor e a ambição
já ensinava o caminho que não deveria ter entrado.
Mutação que se passa em metástase
E eu me sentia lixo, poluição celular:
quanto mais tempo ali, mais mal iria causar.
Antes que eu matasse um corpo abandonado
decidi interomper o processo....como se isso adiantasse.
Afastava entre os orgãos, estalando-se nos gemidos
fazendo sinfonias com a dor de cabeça, olhos e ouvidos,
sem perceber que era meu o corpo estirado
fui de célula, à obito como se não bastasse.
E no meu enterro, os vermes putrefatos
devoraram meu corpo quase que de imediato
levando pro inferno esta alma em único ato
sem revelar nem um meio que me curasse.
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