4 de fevereiro de 2014

deja vu

Olá andarilhos como vão?

Hoje eu não trago poemas ou uma matéria costumeira do blog, eu queria dividir com vocês uma analise minha.

A tarde peguei um ônibus para ir pra casa um cuca barra. Até ai nada de especial ou diferente, porém eu estava de frente pra faculdade...Aquele cheiro de churros, aquela iluminação...eu me lembro de todas as vezes que chorava por dentro por não ser um universitário...me sentia desambientado e desamparado. Desta vez não, eu estava pegando um ônibus na frente da faculdade sendo um universitário, estava exatamente aonde eu queria estar... uma sensação de realização maravilhosa que infelizmente é impossível de se descrever com palavras. Devido a essa lembrança eu decidi que na viagem toda eu me recordaria de tudo que passei naquele cenário. das vezes que estava quase dormindo no ônibus devido a rotina de colégio + cursinho, das vezes que me negava um lanche por não ter dinheiro para comprar alguma bobagem... quantas foram as vezes que eu ficava só com meu almoço esperando a janta... não sei contar, devido a minha alergia as vezes eu mal enxergava mas aquela rotina era um ritual... um ritual que eu gostava, apesar de sofrer, mesmo com brigas, dor de cabeça ou tristeza eu seguia em frente. Me lembrei também dos momentos engraçados por que minha vida não se resume a amargura, das risadas dadas e das músicas trocadas com uma antiga amiga. Da vez que jurei ter visto meu dopplerganger, de tudo... A analise parecia ser bem profunda mas não era suficiente, eu não sabia o que estava me esperando... Eu me lembrava da rua que estava, era a rua do colégio, onde eu jurava todas as vezes que por lá passava, ter uma vida melhor frente ao que sofri. eu me lembrei daquele menino que precisava chamar atenção a todo custo por querer ser notado, me lembrei de quanto ele sofria por ser um pouco mais pesado, de como ele era caçoado apenas por estudar e gostar disso, de como ele se sentia desamparado por todas as partes. e olhei para o meu eu atual, com 20 anos eu segui um rumo na minha vida depois de alguns tropeços, conheci gente por quem posso realmente chamar de amigo e pude notar que eu não tenho que chamar atenção para ser alguém especial, isso porque o alguém especial não é imposto pelo ser, é caracterizado pelo outro. eu gostaria de poder voltar e dizer para aquele menino não sofrer tanto, já que um dia ele terá irmão, não chorar tanto pois um dia verá a razão de tudo isso, de não desistir mesmo que a vida faça questão de pisá-lo no chão, de afagá-lo e dizer que o entende, já que ninguém faria isso com ele. de simplesmente ouvi-lo ignorando seu colégio  e sua farda como uma pessoa normal e ao mesmo tempo valorizando-o como pessoa que mesmo sendo jogado contra os fatos nunca desistiu de sonhar, diria pra ele que ele trata amigos de uma maneira que dificilmente será retribuída a altura, mas que isso não é um defeito e sim uma qualidade que o torna mais e mais incrível, diria ao pequeno valdenir que procurasse viver sua mente e não o padrão dos outros, o daria um abraço e diria que sou amigo dele e que ele é meu amigo. Diria que mesmo nas quedas existentes e nos cortes levados, ele veria algo de bom em tudo isso e daria uma risada solitária pra quebrar a monotonia da depressão que o alastrava, diria que ele não é estranho, feio, ou burro e que não se abatesse com todas essas bobagens que dizem sobre ele. 

Talvez eu dissesse tudo isso... Por outro lado se eu tivesse dito e meu ser tivesse sido modificado, eu  não teria nada de hoje... teria estudado mais loucamente a ponto de passar em computação e não conhecer a Cláudia, a Erione, o Nathan, o Lucas, a Clarisse, o Valdi, a Ianna. não teria tirado essa bobagem de odiar certas matérias, não teria jogado um pouco a ponto de conhecer mais o Borg, o Bruno, não teria conversado a ponto de fortalecer mais laços com o Thiago e com a Giselle. Não teria participado do Tim e ter conhecido o lado obscuro da personalidade humana, não teria entrado na matemática industrial e me reencontrado com meu desejo mais profundo: ser um cientista. não teria mudado meu estilo de roupa para algo que realmente gostasse, ou deixado meus cabelos crescerem... não teria aprendido pulseiras de macramé e me acalmado com isso... as palavras aniki e anakin não teriam 1% do sentido que tem hoje e irmão seria uma palavras que ainda me colocaria medo, ao invés de conforto. Não teria entrado no ifce e não teria participado um pouquinho da vida do Felipe, da Jarine, da Aryane, da Sânzia, nem mesmo a Nikky que me batizou de Deni ( eu ainda seria Valdenir, na verdade ). não teria também interagido tanto quanto interagi com o Bozo, com a Olga, com o Felipe. Essa gama de pessoas não teriam existido em minha vida, e quão triste isso seria? nem sequer uniria um casal como fiz com o Igor e a Tamyres. 

Se eu tivesse me avisado, eu teria estragado o doce sabor que tudo isso tem hoje...Na verdade eu tinha que sofrer pra aprender a trilhar um caminho melhor que me colocaria frente a todas as perolas espirituais e humanas que encontrei em minha vida. sou grato a cada um de vocês por terem me ajudado a me tornar quem eu sou. e agradeço a tudo que aconteceu comigo...

O que disse nesse texto pode ser resumido apenas nessa frase: Seus sofrimentos e glórias, são parte da sua vida, da sua história. Não lamente ou se envergonhe do que passou em sua vida. Siga em frente rumo a sua vida! Afinal, são as feridas que nós ensinam como golpear corretamente, e o errar que nós proporciona o acerto! então o que há melhor que viver? assim sou e vou.

Espero ter ajudado alguém que tenha lido esse texto, e mesmo que ninguém que precise assim o tenha feito,deixo um fortíssimo abraço para cada um que citei ai no texto. Obrigado por me fazerem ser o que sou. e um agradecimento Ao meu destino que ao passo de cada decisão minha, proporcionou essa quantidade maravilhosa de presentes em minha vida.

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