12 de fevereiro de 2014

Poema - Mais uma morte muda que multa a mudança

E hoje experimentei uma sensação desagradável
dentre de todos os males o mais memorável
que acaba por tentar destruir meu ser miserável,
a morte que chega com seu serviço imutável.

Aquela bala realmente quase me acertou,
acho que de tamanho susto meu coração quase parou,
mas no final nada mudou
e o grito da minha fúnebre alma, calou.

Mas não consigo calar a curiosidade
e fico imaginando uma possível realidade:
e se tivesse finalmente morrido de verdade?
será que o universo em minha volta se manteria em totalidade?

O atual estado é difícil de responder,
não consigo dizer o que posso me tornar a ser
tão pouco expor os problemas que brotam em meu interno amanhecer
há que chame isso de medo, dependência, melancolia... amadurecer.

Ao final não me dou por satisfeito,
ainda quero saber: chorariam no meu enterro?
lamentariam minha existência de um amigo primeiro?
ou falariam duas palavras e me esqueceriam por inteiro?

Fora da métrica, alem de mim
não posso culpar os outros se não agirem assim
essa expectativa eu já não crio enfim
fujo e vago em meu universo particular sem fim.

No final não tento realmente buscar uma solução,
pois o pós morte não depende de defunto ou caixão,
e sim daqueles que poderiam ser chamados de irmãos
mas que infelizmente são notas foras da canção.

Engraçado mentalizar em tudo que poderia ter acontecido
se não tivesse me abandonado, me desprezado, cuspido.
que sabe com uma boa conversa, teríamos nosso problema resolvido
tarde demais, se não sou eu quem morro é você que tem morrido.

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