6 de fevereiro de 2014

Os estudantes que precisamos

Inspirado no texto que foi distribuído na aprendizagem cooperativa no processo seleção de 2014 ( onde agradeço a Vivi que foi a responsável por ceder o texto para nós do grupo T-09), eu resolvi fazer um comentário sobre o que entendi de maneira mais densa e analítica do que o tempo que nos fora dado proporcionou. Com o observar do texto eu pude entender que o conceito de estudante foi alterado em relação ao conceito que eu fui inserido. Ainda no colégio, me lembro de ouvir constantemente os conselhos e as recompensas dadas como "agrado" para aqueles que se destacavam, e as ofensas ditas aqueles que eram "desinteressados", turmas eram formadas para os alunos mais inteligentes ( e não os mais sábios, epicuristicamente falando ) e nelas se formava uma maquinagem no aluno, uma lavagem cerebral, onde por vezes ele perdia a personalidade e era praticamente um estudante de alta performance intelectual, mas de pequena ou nenhuma performance social. Esse alunos eram bem vistos não pelas suas faces, mas pelo emblema do colégio e pelo "azul" de seu boletim, eu tive oportunidades para participar disso, e compartilho com vocês um pequeno evento em minha vida: Não me recordo a série ou o ano em que isto ocorreu, mas me lembro de ter sido aprovado para a segunda fase da olimpíada de física e astronomia. Era em um colégio particular e eu fui "convidado" a ir para a prova fardado e vi o ambiente de lá, o clima era muito ruim... eu não sabia se estava envolto de pessoas ou de computadores...o ambiente era cinza, pesado, dolorosamente silencioso antes mesmo de começar a prova, não havia um desejo de boa sorte tampouco um cumprimento. os alunos olhavam com uma aspereza tão grande como se fossem leões se enfrentando dentro de uma cela sem alimento.

Terminei minha prova, mas fiquei me sentindo desambientado... sei lá eu gosto de me sentir parte de um projeto, de sentir que ajudei alguma pessoa de alguma forma, eu acho que dividir conhecimento é a melhor forma de aprender mais, e adotando essa postura individualista o aluno fica fechado num conhecimento ilimitadamente limitado, o sistema tentou derrubar essa concepção que eu tinha sobre ajudar as pessoas, até conhecer um amigo que com poucos atos mostrava a fé nas pessoas e a vontade de ajudar elas pelo simples prazer de fazê-las o bem. pouco a pouco esse lado que estava desacordado em mim voltou a tona mais forte ainda, e bem nessa hora eu conheci a aprendizagem cooperativa... Me disseram que seria algo árduo e na verdade o processo seletivo pareceu mais um grande encontro com amigos, e nele eu pude perceber que minha concepção não é errada e sim algo que tem o mesmo rumo da aprendizagem cooperativa... a mutualização do saber. A aprendizagem cooperativa me mostrou que estudantes de verdade vão muito alem de notas altíssimas... eles tem a capacidade de se relacionarem ao outro, preocupando-se não apenas com o que vai aprender e sim com o que vai ajudar. que estudantes de verdade vencem a cada dia a batalha de decidirem se dedicar mais, não importando o cenário que se encontrem, que percebem que são um átomo de uma molécula, estudantes que não baixam a cabeça para as dificuldades e que encontram , nos seus momentos mais baixos, a força e a garra para se levantar e seguir em frente, que não vejam um obstáculo como o fim de uma ponte e sim como um morro que o guiará para uma visão mais esplendorosa do saber e de valores mais concisos de amizade e fraternidade, que tenham a humildade e nobreza de não levantarem bandeira para si e sim para o conjunto todo. Esse é um estudante ideal...esse estudante embora idealizado não é construído de uma formula, pois o objetivo da aprendizagem cooperativa não é criar um ser perfeito, mas sim adaptar as fortitudes e falhas de cada um para uma anulação máxima das falhas do grupo e uma potencialização de sua capacidade total, esses estudantes precisam também admitirem como pilar mais básico não o estudo em si mas a fraternidade de se preocupar e ajudar o colega ao lado que algumas vezes só precisa ser escutado. alem disso esse estudante deve saber desenvolver uma esfera de descontração, não que isso seja forçado, pois seguindo a ideia de gostar do grupo, de conhecer cada um melhor, a amizade flui naturalmente, sem a necessidade de se forçar nada... esses estudantes não estão exatamente nas turmas especiais, ou em pontos estrategicamente bem planejados, esses estudantes são simples, carregando toda a simplicidade do ser, esses estudantes que todos nós precisamos são os alunos que agarraram o conhecimento sem se deixar viver. Esses estudantes são simplesmente, humanos!

Um comentário:

Confira também: