18 de fevereiro de 2014

Poema - Eu que não

Eu que não sei nada de português,
nunca soube escrever uma redação,
as vezes mal exprimo minha emoção,
mas ainda assim insisto em tentar mais uma vez.

Eu que não sei nada de matemática,
enrolo-me num bolo de primitivas, integrais e derivadas,
não acostumo em usar um sistema de coordenadas,
mas ainda assim insisto com minha inabalável tática.

Eu que não sei nada de biologia,
não compreendo a infinita minimização da vida,
com Dreficofage louco a me perseguir ainda,
mas ainda assim insisto em manter firme minha citologia.

Eu que não sei nada de física,
ignoro por vezes as leis que sempre controlam o mundo,
sinto que na minha mente, posso voltar um segundo,
mas ainda assim insisto na minha realidade mistica.

Eu que não entendo nada de química,
pareço mais simplório frente a tabela periódica,
sempre vendo os outros em suas simples existências metódicas,
mas ainda assim insisto, com uma alma que clama! MODIFICA!

Eu que não entendo nada de programação,
sou apenas mais um zero em processo de depuração,
um código inacabado, aguardando sua compilação,
mas ainda assim insisto em fazer parte dessa ligação.

Eu que não entendo nada de filosofia,
e acabo me jogando em pensamentos noturnos,
que dentro de meu ser pérfido, cego, surdo e mudo,
mas ainda assim insisto a pensar no que meu corpo vive, vivia.

Eu que não entendo nada de tudo,
me desespero em ver que falta em mim capacidade,
embora procure minha existência em sua veracidade,
mas ainda assim insisto em nada manifestar, sendo nulo.

Eu que não entendo nada de mim,
não me conformo em viver como estou,
quero ser um outro "ser como sou",
mas ainda assim insisto, fazer se eu escolhi ser assim.

Eu que não entendo nada de nada,
no final nem entendo a razão deste poema,
sua leitura deve ter causado um incógnito problema,
mas ainda assim insisto, mesmo que insista em "nada".


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