9 de abril de 2014

Verso neutro, Neutro verso




Primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto.
Contam se todos até o fim do infinito.
Formam sequência, organizam-se na real reta.
possuem mil significados, para quem vê ou interpreta.

Acontece que vivem num total dualismo
E possuem números opostos separados num singular abismo
Um número esquecido, inutilizado ao final.
Zero! Tão bom seria se notasse seu principal.

Assim como ele, existe outro parecido,
Eis o número um, seu vizinho mais antigo.
Se a um soma-se algo e o mesmo algo tem.
A outro se multiplica e nada se obtêm.

Eis que eles não foram esquecidos por completo,
Alguns poucos indivíduos os usam como alfabeto.
E para a inveja de outros números por assim dizer,
Com o sistema binário, zero e um, construímos o ser.

Fica a dúvida então, nunca notada:
Não temos zeros e uns em nossas estradas?
Pessoas a quem não damos o valor diariamente,
Mas que podem nos salvar tão repentinamente!

No final, humanos agem como números?
Ou números são humanos moribundos?
Querem sempre aumentar, crescer e prosperar,
Mesmo que de outros números/humanos tenham que abdicar.

Eis que tudo reagem com maestria,
Os infinitos se somados em grande ”harmonia” 
Recaem na infelicidade humilde do ser:
Voltam a ser zero, sem nem sinal ter!

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