29 de junho de 2014

Mudei? não sei.

Nesse meio tempo eu me recolhi
como ferro a ser moldado
como universo a ser criado
me destrui e me refiz.

Talvez agora eu diga que mudei
e talvez tenha de fato mudado
não por querer a outro, um agrado
por repensar em tudo que acho que sei.

Acho que me tornei menos epicurista
e reformulei o conceito de amizade
como student adotei graus de liberdade
e parto a deixar essa amizade escravista.

Acabei desistido daquele amor
ao ver que de tantas lágrimas escorridas
de tanto pronunciar seu nome em minha língua
percebi que nela ressoava menos carinho e mais dor.

Não devo ter de fato alterado
visto que não me foco em me exibir,
preferi me isolar de expectadores e usufruir
de todo o sentimento que havia aprisionado.

Esperei a tempestade lá fora passar
esperei notas, noticias, algo a se falar
esperei por aquele amigo vir comigo falar
quase nada disso ocorreu, outra tempestade ia começar.

Contive-me em minha destruição
e como arvore parti-me em camadas
umas mais nobres, outras recalcadas
Mas todas com fruto em renovação.

Resolvi então pensar e cada dia escrever
parece que a única forma de me aliviar
era quando esses textos eu começava a digitar
não havia horários, nem tempos para ocorrer.

Acho que posso dizer que mudei
não pelo fato mencionado por Heráclito
e sim pela mudança em seu mais fino fato
de me tornar uma pessoa diferente de quando comecei.


Acho que em mim
acho que em fim
acho que por mim
acho que mudei
acho que ainda
acho que, não minta
acho que não sei,
acho que mais nada
acho que mortalha
acho que falei
acho que morri
acho que matei
acho que estou vivo
acho que não sei
acho que já era
acho que sou
acho que talvez
acho que mudei.

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