Depois de um leve hiato devido às atividades da faculdade, o
Usina volta com a Segunda semana de química. O tema que é estudado por muitos e
temido por outros vem com o objetivo de não só realçar a origem do blog, como
também desmitificar certas coisas a respeito do próprio tema. Sem mais
enrolação o papo dessa semana é sobre radiação.
A primeira coisa a ser observada é a própria palavra:
Radiação é um termo da área da física e quer dizer a propagação de energia de
um ponto a outro no espaço ou num meio material em certa velocidade. Além disso, é preciso discernir radiação de
radioatividade. Este último termo só é valido para a radiação provocada pela
liberação de energia proveniente de uma desintegração atômica. Radioatividade
também é chamada de radiação nuclear.
Antes de nos delimitarmos em radioatividade quero citar também
os outros tipos de radiação: Cósmica, ultravioleta, infravermelha.
A radiação cósmica é a primordial de radiação e é dividida
em dois tipos, uma delas possui caráter eletromagnético e ainda que não faça
mal diretamente a qualquer ser vivo conhecido, pode atrapalhar o dia-a-dia dos
meios de comunicação. Alguns já devem ter ouvido sobre as tempestades solares,
são eventos que possuem um elevado índice de radiação. O que muita gente ficou
assustada foi com a destruição de qualquer aparelho tecnológico, devido à
radiação liberada. O outro tipo de radiação possui um caráter corpuscular, ou
seja: é caracterizada por partículas subatômicas como elétrons, nêutrons,
prótons, deutérios e partículas alfa e beta. Essa mesma radiação muda de forma
ao entrar em contato com nossa atmosfera, sendo formadas por mésons pi (uma
partícula atômica) que decaem em múons (uma partícula elementar), elétrons e
fótons.
A radiação infravermelha (que não se restringe apenas ao
celular) é uma forma produzida por qualquer corpo que emita calor. Tem caráter
eletromagnético e não precisando de um meio para se propagar, pode ser
percebida por nós pelo espaço. O sol é a maior fonte de radiação infravermelha
do nosso sistema solar. Não é ionizante, mas sua interação com algum corpo
promove a agitação de suas partículas e conseqüentemente o aumento da
temperatura do mesmo e é exatamente por isso que ela é a forma de radiação mais
usada pela humanidade.
A radiação ultravioleta, da mesma forma que a infravermelha,
também é produzida pelo sol e é eletromagnética, mas a camada de ozônio acaba
filtrando a entrada dela em nosso planeta. É a responsável pelo processo de
fotossíntese. Essa radiação é dividida em três tipos UVA (a que penetra mais
forte em nossa pele causando o bronzeamento), UVB (a que penetra a nível médio
causando algumas queimaduras) e UVC que praticamente não penetra nossa pele. De
C até A encontram-se os níveis em que a nossa camada de ozônio consegue
bloquear sendo C a mais bloqueada e A a menos bloqueada. Ainda que o sol seja a
principal fonte, já possuímos a capacidade de gerar essa radiação, o que pode
ser visto nas câmeras de bronzeamento por exemplo.
Mas o foco mesmo é a radioatividade e a influência dela em
nossa convivência. Será ela tão perigosa assim? E será que ela é apenas
portadora de mal? O mundo atual seria melhor sem a radioatividade?
Antes de começarmos um debate ético-químico precisamos
explicar bem as coisas sobre átomos. Imagine que você tem uma bola de massa de
modelar, ela é redonda e definida, suponhamos agora que eu num dia não tão bom
chegue perto de você e puxe um pedaço da bola. Tanto a massa na minha mão
quanto a da sua podem ser moldadas para fazer duas novas (e menores) bolinhas,
não é mesmo?
É assim que a radiação nuclear funciona. Um átomo recebe um
estimulo que desconstrói a estrutura dele formando dois novos átomos com
características completamente diferentes e liberando energia. Esse processo é
conhecido como fissão nuclear.
Mas e se ao invés de um dia ruim eu estivesse num dia bom e
lhe desse um pote de massa de modelar? Você poderia juntar a bola que possui e
simplesmente fazer uma maior!
Da mesma forma podemos unir dois átomos, mesclando os
componentes dele e originando outro átomo novo. Esse processo é chamado de
fusão nuclear.
Geralmente o estimulo que faz com que esse átomo se
desestruture é um bombardeamento de nêutrons. Funciona assim, o átomo está
estabilizado e você insere um nêutron nele. O problema é que isso deixa todas
as partículas “desorientadas” e o que acaba acontecendo é uma readaptação em
novos átomos. Daí o que pode acontecer é isso aqui:
A partir desse evento simples, muitas coisas podem ser
usadas no nosso cotidiano. Frutas são conservadas por mais tempo quando
recebem, proporcionalmente, quantidades de radiação, que matam algumas
bactérias patogênicas. A radioatividade é usada no tratamento de células mutantes
(radioterapia), na esterilização de materiais médicos, em diagnósticos, como no
raio-x.
Uma grande fonte de energia é a nuclear que por meio de
reatores consegue produzir grandes quantidades de energia através da fissão
nuclear principalmente do urânio. A grande vantagem é que não há emissão de
gases tóxicos como a queima de combustíveis fósseis. O Brasil possui duas
usinas que produzem cerca de 4% da demanda elétrica do nosso pais. Uma terceira
está sendo construída: Angra três.
Mas tanta energia não causa só bem e nem é usada apenas para
benéfico do ser humano. A bomba atômica é um exemplo exponencialmente alto dos malefícios
da radioatividade. Partindo do mesmo principio das usinas nucleares a diferença
é que a energia não é contida e sim completamente liberada, causando destruição
em massa. Um dos exemplos mais fortes foi o caso de Hiroshima e Nagasaki que
foram arrasadas por bombas atômicas. O impacto da explosão foi tão forte, que
corpos mais próximos tiveram seus átomos de carbono impressos em construções:
Além disso, a usina nuclear é praticamente um perigo
constante visto que seus dejetos radioativos devem sem isolados e se ocorrer
algum acidente nos reatores, lixo é espalhado por todo local onde se encontra,
deixando a área afetada radioativa por anos, talvez décadas.
Vale lembrar que a radiação é emitida por todos os lados, a
todo o momento incluindo do notebook que captou esse texto, do autor que o
escreveu e de você leitor que está lendo, seu celular possui radiação sua família
possui, tudo que exista no universo que tenha calor emanará parte dele,
possuindo logo, radiação. O que causa o mal da radiação é a quantidade não o
fato de simplesmente existir, o mesmo vale para a radioatividade que só faz mal
quando moldada por nossas mãos para isto fazer.
Como funciona a radiação (how stuff works)?
Significado de radiação.
Radiação e Radioatividade.
Como funciona a radiação (how stuff works)?
Significado de radiação.
Radiação e Radioatividade.
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