26 de dezembro de 2013

Poema - Baile da noite eterna sem luar

Baile da noite eterna sem luar.


Sexta-feira tarde da noite
pus-me a pensar em açoite
resolvi uma festa fazer
dezenas de convidados, final no amanhecer.

Convidei vários amigos
todos que tinha em mente,
não me esqueci da comida
muito menos da bebida quente.

Convidei A fortitude
a qual sempre quis ficar perto
ainda com problemas de saúde,
disse que tudo já estava certo.

Convidei sua irmã, a fraqueza
pelo seu jeito de ser, poucas a querem perto
ou a tratam indiferente ou lhe negam afeto
ainda que seja de todas a fonte de toda riqueza.

e agora o que digo a eles?
Respondo com toda certeza:
diga a eles que fortitude faltou,
e que só veio a fraqueza.

A música parava, meio lentamente
Mas insisti e coloquei novamente.

Convidei para a festa
grande amigo: Carinho.
lembro que era gente honesta,
que nunca me queria ver sozinho.

Sua namorada também fora convidada
minha colega Paciência.
essa sempre falta, já esperei sua ausência,
mesmo que entendesse sua vida conturbada.

E agora o que digo a eles?

Respondo sentindo um vazio:
Diga a eles que Paciência adoeceu,
e com ela ficou o carinho.

A música parava, meio lentamente
Mas insisti e coloquei novamente.

Grande presença aguardada era a da amizade,
Causadora dos meus poucos momentos de liberdade.
Sendo assim, esperei ansiosamente,
para ao menos dar um oi e já me deixar contente.

Nem precisei convidar o medo,
Nunca esteve ausente,
gostava de me derrubar, de me atingir
com palavras tristes, de me magoar.

E agora o que digo a eles?
Respondo sem nenhum segredo:
Diga a eles que amizade adoeceu,
e que já chegara o medo.

A música parava, meio lentamente
Mas insisti e coloquei novamente.

Convidei também meu colega Apreço
Ainda que mal soubesse onde era seu endereço.
Pensei que pudesse telefonar,
para que em minha festa pudesse estar.

Junto claro, como minha amiga solidão
há tanto tempo conhecida como a palma de minha mão.
Pensei que pudesse quem sabe namorá-la
mas sua presença é muito requisitada.

E agora o que digo a eles?
respondo com cara de decepção:
Diga a eles que Apreço hoje faltou,
mas na porta já me espera a solidão.

A música parava, meio lentamente
os que vieram já iam embora...
como puderam ir tão cedo?
Nem a havia chegado a hora!

Bagunça por todo lado: minha casa estava um lixo
ainda que trabalhasse duro, o sujo não acharia sumiço.
Mas não pude desistir de tentar organizar.
A festa que dei dentro de minha alma,
próximo a sala de estar.

No final por ironia a noite foi paradoxal
Nem solidão, nem medo vieram me ajudar.
Festa triste essa: arruinara meu bem estar.
O que fazer agora para voltar ao normal?

Se bem que ponho em duvida: será que isso é real?

A música parava, meio lentamente
Dessa vez não insisti,
deixei o silêncio agir
Lenta e dolorosamente.

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