14 de setembro de 2015

Infestação Descontrolada



Um mal que afeta muitas pessoas, mas que na verdade é teoricamente possível em qualquer indivíduo. Geralmente células nascem e morrem no nosso corpo a todo momento, mas se algumas células não morrem, pode ocorrer uma multiplicação indesejada e consequentemente o mal funcionamento do organismo. Quando esse crescimento é local temos um tumor, entretanto pode ocorrer um espalhamento para todo o individuo caracterizando um processo chamado metástase.

O Usina com um tom um pouco mais sério e mais analítico resolve falar de uma doença terrível e infelizmente até agora sem cura: O Câncer.

Bem antiga, recém percebida.

Já foram encontrados relatos de médicos do Egito antigo (3000 a.C.) acerca de doenças que, dadas suas características, assemelhavam-se muito com o conhecimento que temos de câncer. Hipócrates (Conhecido como o pai da medicina) também descreveu enfermidades que pareciam tumores (hoje conhecidos como cânceres) de estômago, reto, mama, útero, pele e outros órgãos.


Hipócrates

Portanto, o câncer já é uma praga da raça humana de longa data. No entanto, todos os documentos que tratam o câncer como causa de morte só passaram a existir na Europa já no século XVIII. A partir dai a doença só cresceu e impulsionou-se ainda mais com a revolução industrial.

Como começa?

Primeiramente é necessário uma pequena explanação sobre material genético. O material genético é encarregado de todo o processo da célula, desde o primeiro funcionar e também descreve, de certa forma, quando será o seu fim. Dai a célula morre e outras células específicas as digerem, impedindo o acúmulo de material celular no corpo.

Uma divisão de células cancerosas

Basicamente a doença ocorre quando uma célula possui material genético defeituoso, dai a mesma acaba sendo programada pra viver um pouco mais. A partir dai ela terá mais tempo para reproduzir-se e consequentemente fará de suas filhas, herdeiras da mesma característica. Geralmente a divisão celular humana é dada na potência de base dois (ou seja, uma (2 elevado a 0) célula gera duas (2 elevado a 1) filhas, que geram duas filhas cada (2 elevado a 2) e assim sucessivamente) logo o crescimento é alto e de certa forma, rápido depois de pouco tempo.

A partir daí as células são chamadas de células carcinogênicas e podem permanecer no lugar inicial (o que pode ocasionar num tumor benigno) ou se alastrar para outras partes do corpo (o que nesse caso forma um tumor maligno) o processo de alastramento é chamado de metástase (do grego metastatis – mudanças de lugar, transferência). Um tumor é maligno justamente por oferecer o risco de metástase.

O que causa?

Existem muitos fatores externo que desencadeiam o aparecimento de células cancerígenas e variam desde exposição excessiva à radiação solar e alguns vírus . Hábitos nocivos também são fontes muito evidentes para as doenças, dentre estes destacam-se o tabagismo e o alcoolismo. A alimentação com excesso de gordura também parece ser um fator de risco importante.

Internamente, substâncias fabricadas pelo nosso organismo pode fazer com que células se comportem de maneira diferente do esperado (uma célula cartilaginosa pode ganhar proteínas para fabricação de vasos sanguíneos), dentre os conhecidos destacam-se o hormônio do crescimento, a insulina e
os hormônios da tireóide T3 e T4.

Numa analise mais minuciosa a respeito da deformação do DNA (que desencadearia o câncer, em alguns casos) existem fatores ainda mais diversos que podem influenciar nas mutações: Podem existir falhas na duplicação celular (o que explica o câncer atingir pessoas com bons hábitos), moléculas de oxigênio que podem ser levadas para o interior da célula causando sua modificação (essas moléculas são obtidas porque o ser humano utiliza apenas uma molécula da ligação de O2, essa outra molécula é chamada de radical livre), corantes industriais e até comidas com bolor podem causar alterações.

Vírus (Epstein-Barr, que causa a doença do beijo, Papilomavirus, que causa a verruga e o condiloma acuminado (carcinomas do pénis e colo do útero), HTLV-1 (linfoma de células T), vírus da Hepatite B e C (carcinoma hepatocelular), vírus do sarcoma de Kaposi (um vírus da família do Herpes que causa cancro nos vasos de imunodeprimidos, em especial na SIDA/AIDS) e bactérias também podem causar ou facilitar mutações celulares.

Como avança?

Basicamente a duplicação cresce cada vez mais e começa a causar efeitos visíveis:
Localmente podem surgir caroços ou inchaços não-usuais, sangramento

De maneira sistemática ou gradativa podem surgir perda da massa muscular, falta de apetite, transpiração excessiva e anemia



Nos casos mais avançados (metástase) é possível notar linfonodos aumentados, tosse e hemoptise, fígado aumentado, dor óssea, fratura de ossos afetados e sintomas neurológicos. Embora o câncer avançado possa causar dor, ela geralmente não é o primeiro sintoma.

O câncer, também podem causar sintomas específicos dependendo da sua localização. Pode haver por exemplo, dor no ventre ou sagramento num possível câncer de colo de útero.

Um tratamento - uma possível cura.

O tratamento a ser usado depende da gravidade da doença e da sua forma:

Cirurgia
Se o tumor for bem delimitado, a cirurgia pode ser feita para retirá-lo ou para remover o orgão afetado. Obviamente não é possível recorrer a cirurgia em caso de metástases e em órgãos insubstituíveis ou indispensáveis a vida do paciente.



Quimioterapia

O paciente recebe medicamentos (injetáveis; por via oral; em cavidades como a bexiga, o espaço intratecal, o espaço pleural ou o abdômen) que interferem com a síntese do DNA e matam as células em divisão. Contudo, poderão acontecer efeitos colaterais como diarreia,náuseas, vômitos, queda do cabelo. Mais recentemente, existe uma nova classe de medicamentos chamada de anticorpos monoclonais, que, por terem um alvo molecular específico na célula cancerígena, têm como vantagem serem menos tóxicos para as células normais.

Radioterapia

Também ataca células de crescimento rápido. As células tumorais, como têm déficit de proteínas reparadoras do DNA, são mais vulneráveis a doses de radiação de alta energia (raios X e gama). As suas doses letais são mais baixas que as das células normais. No entanto além de efeitos secundários semelhantes aos da quimioterapia, há risco de desenvolvimento de novos tumores, apesar de relativamente pequeno.

Terapia hormonal

O crescimento de alguns cânceres pode ser inibido ao se fornecer ou bloquear certos hormônios. Exemplos comuns de tumores sensíveis a hormônios incluem certos tipos de câncer de mama e próstata. Remover ou bloquear o estrógeno ou testosterona é frequentemente um tratamento adicional importante. Em certos cânceres, a administração de agonistas hormonais, como progestágenos podem ser benéficos terapeuticamente.






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