19 de julho de 2015

Um pouco sobre o LHC e Bóson de Higgs



Conheça o LHC, o maior acelerador de partículas já construído - Universitário
O LHC (Large Hadron Collider, ou, em português, Grande Colisor de Hádrons) entrará em funcionamento em 10 de Setembro de 2008, no Cern (Organização Européia de Pesquisa Nuclear). Quando isso acontecer, irá superar o acelerador Tevatron e se tornará o acelerador de mais alta energia já construído.

O LHC tem formato circular, com um perímetro de 27 km de extensão. Ao contrário dos demais aceleradores de partículas, a colisão será entre prótons, e não entre pósitrons e elétrons (como no LEP), entre prótons e anti-prótons (como no Tevatron) ou entre elétrons e prótons (como em HERA).

O LHC irá acelerar os feixes de prótons até atingirem 7 TeV (assim, a energia total de colisão entre dois prótons será de 14 TeV) e depois fá-los-á colidir em quatro pontos distintos. A luminosidade nominal instantânea é 1034 cm-2s-1, a que corresponde uma luminosidade integrada igual a 100 fb-1 por ano. Com esta energia e luminosidade espera-se observar o bóson de Higgs e assim confirmar o modelo padrão das partículas elementares.

Funcionamento

Nos colisores, as partículas de matéria são aceleradas dentro de um campo eletromagnético até atingirem altos níveis energéticos, e depois são colididas com outras partículas. Quando os feixes de partículas viajam dentro do anel de colisão eles são aceleradas pelos campos elétricos, sendo estes proporcionais à energia das partículas, ou seja, quanto maior o campo elétrico maior será a energia da partícula. Essas partículas absorvem parte da energia da onda de rádio à medida que circulam nas cavidades de colisão: para que os feixes de partículas passem pelas câmeras a vácuo várias vezes, elas precisam ser circulares.

É preciso bombardear dois feixes de partículas um dentro do outro, para assim obter uma enorme quantidade de energia, pois as partículas aniquilam-se umas as outras, liberando uma energia tão alta que pode ser convertida em partículas pesadas. As colisões dos feixes de prótons vão ocorrer em uma escala jamais vista e isso resultará em uma quantidade imensa de dados, cerca de 15 Petabytes de dados anualmente.

Constituição do LHC

Possui um túnel a 100 metros debaixo da terra na fronteira da França com a Suíça, onde os prótons serão acelerados no anel de colisão que tem cerca de 27 km de circunferência e 8.6 km de diâmetro.

Amplificadores serão usados para fornecer ondas de rádio que são projetadas dentro de estruturas repercussivas conhecidas como cavidades de freqüência de rádio. 1.232 ímãs bipolares supercondutores de 35 toneladas e 15 metros de comprimento agirão sobre as transferências de energias dentro do LHC.

Os detectores de partículas, que monitoram os resultados das colisões, são os detectores ATLAS, ALICE, CMS e LHCb, e possuem mais ou menos o tamanho de prédios de cinco andares (entre 10 e 25 metros de altura) e 12.500 toneladas. Estima-se que o LHC custará o equivalente a R$ 8,52 bilhões.

Objetivos

Um dos principais objetivos do LHC é tentar explicar a origem da massa das partículas elementares e encontrar outras dimensões do espaço.

Uma das experiências a serem realizadas pelo LHC envolve a partícula bóson de Higgs. O bóson de Higgs, previsto até agora somente em teoria, poderia explicar por que a matéria possui massa. Se a teoria dos campos de Higgs estiver correta, ela será confirmada pelo LHC.

As experiências por meio do LHC devem permitir descobrir várias partículas dotadas de todas as cargas de energia e exercendo as mesmas interações que as partículas do Modelo Padrão que nós já conhecemos.

O que é um hádron

Um hádron (palavra de origem grega que significa "forte") é uma partícula capaz de interagir através da força nuclear forte, e é constituída por quarks, logo, está inclusa na Teoria da Cromodinâmica Quântica. Exemplos de hádrons são os principais núcleons do Universo, o próton e o nêutron.

Bóson de Higgs - Info Escola
Por Ana Lucia Santana

No dia 10 de setembro de 2008 entrou em ação, na fronteira entre a França e a Suíça, o Grande Colisor de Hádrons (LHC), o maior acelerador de partículas até então construído pelo Homem, e o mais energeticamente potente. Sua meta é recriar o Big Bang, de forma a compreender seu mecanismo. Assim, ele tem como objetivo simular o choque de várias partículas subatômicas positivamente carregadas, os prótons.

Assim que elas colidem no âmago dos detectores de partículas, o Atlas e o CMS, os corpúsculos que nascem desta explosão disseminam-se por todas as partes e são então apanhados por estes aparelhos, os quais são compostos por diversos estratos de sensores sobrepostos, encarregados de mensurar a carga energética gerada e de investigar sua trajetória.

O Bóson de Higgs, partícula essencial, até hoje fruto de suposição científica, é o elemento de que os cientistas carecem para justificar a composição material do Universo; é esta chave que os pesquisadores anseiam por encontrar nesta experiência que pode subverter os rumos da Ciência. A existência do Bóson foi anunciada antecipadamente com o fim de legitimar o Modelo Padrão, mas ainda não foi possível comprovar empiricamente sua realidade.

O Modelo Padrão é a explicação teórica elementar colocada em cena pela Física; de acordo com este conjunto de conhecimentos, que estuda a relação entre os corpúsculos subatômicos, o Bóson de Higgs seria o elemento crucial que permitiria ao Homem compreender como se corporifica a massa em meio a toda energia que configura o Cosmos. Daí ele ser denominado pelos estudiosos a “Partícula de Deus”.

Esta teoria propiciou um certo avanço à Ciência, pois antes era crença geral ver os átomos como diminutos corpos essenciais da matéria, impossíveis de fracionar, mas logo os pesquisadores perceberam que, na verdade, eles eram fruto da ação recíproca entre corpúsculos ainda menores, como quarks, léptons, férmions e bósons. São ao todo 16 as partículas básicas – 12 compostas de matéria e 4 condutoras de energia.

Apesar, no entanto, destas descobertas, este Modelo é limitado, pois nenhum destes pequenos corpos apresenta massa quando são considerados em si mesmos, portanto não há como explicar, ainda, de onde procede a qualidade material do Universo. Assim, esta teoria só dá conta da matéria comum, que pode ser percebida sensorialmente pelo ser humano.

Daí a importância de se comprovar a existência do Bóson de Higgs, que, por apresentar massa e diferencial energético decisivos, se descoberto provocará resultados substanciais no mundo a nossa volta. Além do mais, ele permitirá aos cientistas entender, finalmente, o princípio da materialidade dos outros corpúsculos essenciais.

O Bóson de Higgs foi anunciado pela primeira vez em 1964, pelo físico inglês Peter Higgs, a partir das ideias de outro pesquisador, Philip Anderson. Embora nunca se tenha observado experimentalmente esta partícula, sua realidade já foi indiretamente verificada em diversos estudos. A Ciência aguarda, atualmente, os resultados do choque de partículas no Grande Colisor de Hádrons, para que se possa, enfim, provar sua existência.

No dia 30 de março de 2010 os cientistas conseguiram, pela primeira vez, levar este Colisor à tão almejada atividade, simulando assim o contexto cósmico logo após o Big Bang, os primeiros momentos de vida do Universo. Ainda não foi possível, porém, alcançar o estágio de exame definitivo do Bóson de Higgs.

O padrão da física de partículas




Vídeo que faz uma abordagem resumida ao Modelo Padrão da Física de Partículas, o modelo que explica (e prevê) as forças e partículas fundamentais que constituem a matéria. As forças serão a gravidade, a Força Nuclear Forte, a Força Fraca e o Eletromagnetismo. Algumas das partículas mencionadas são os quarks, os leptões, os eletrões, os protões, os neutrões e as partículas mediadoras das forças (bosões mediadores -- os fotões, os gravitões), mesões, os gluões, etc.

O vídeo está inserido numa estória de ficção científica chamada "CounterClockWise" que pretende captar a atenção da audiência para a ciência. A estória inicia-se com Kevin (o herói) a conduzir o seu camião por uma estrada rural. Diana (uma bela bióloga) está escondida no camião e Kevin não a vê até que, de repente, um par de luzes muito fortes surgem na estrada mesmo em frente dele. Logo surgem no futuro e conhecem Chaucer, o misterioso líder de um projeto que tenta construir uma máquina do tempo para os enviar de volta. Encontram-se regularmente para aprender e discutir a ciência necessária para que o projeto seja bem sucedido. As reuniões são virtuais e quem vemos são os avatares de cada personagem. Jeeves, uma inteligência cibernética do futuro é o narrador e quem possibilita as visualizações nestas reuniões virtuais.

Este vídeo faz parte do Cassiopeia Project, a cuja equipa agradecemos a autorização para a publicação, com a respetiva tradução e legendagem, na Casa das Ciências.

18 de julho de 2015

Qual teu quark?



Livros, músicas, eternas composições
cálculos, dúvidas, indagações,
respingos de chuva, cheiro de madeira
memórias de infância e minha penteadeira.

Caminhar, correr, ver as árvores e o céu
digitar, postar, rabiscar no papel
treinar, cair, levantar e persistir
esquecido, ignorado, sempre a fluir.

sonho, meta, fuga da realidade
desafio, jogos, calendário, imagem.
Quadro, personagens, dúvidas
rotas, caminhos, respostas, muitas.

tentar, não ter exito, continuar
conversar, ler, tempo passar.
solidão, emudecer, meditar
corrigir, culpar-se, interpretar.

Fumaça, folhas, ventania
ninguém, pensamento, companhia,
fervendo, xícaras, café
inicio, repito, anoitecer.

Consigo?Posso! Fracassei...
Voltar, entristecido, tentei
renasce, dia, semana, mês
vive-se um dia de cada vez

desafios, muro, ser uma parede
consolidar, metas, desejos
desabafo, noite, viver o ser
frio, noite, breve, lampejo

Fracasso, ter, mulher
escuto, peço, tiver.
Realizado, sonho, consigo
Desejar, estado, melhor amigo.

Programar, arte, estatística
estudar, matemática, química
astronomia, antes, pensar
filosofia, cientista..

guerra, peste, desordem
habita, cabeça, escritora,
indagou-se a mente disforme:
perguntou: o que te compõe? velho e jovem.

15 de julho de 2015

Muito além do indivisível



Átomos! pequenas estruturas conhecidas por serem os tijolos de todas a matéria do universo! Bem, era isso que se acreditavam até Thompson em 1897 descobrir o elétron. Não houve dúvidas de que o átomo era, diferentemente do significado do seu nome, uma estrutura composta e complexa.

Parecia existir um núcleo onde que elétrons rodeavam, esse núcleo sim que era indivisível, correto? Os trabalhos de Rutherford demonstraram que isso também era errado de se assumir e, em seus trabalhos de 1920 descobriu que o núcleo atômico continha prótons. Mais ainda parecia existir alguma forma neutra.

Bastou então o trabalho de Chadwick, com a descoberta do nêutron em 1930 veio de uma vez por todas estabelecer a divisão do átomo: ele é composto de elétrons, prótons e nêutrons. Finalmente uma teoria que parecia embasada de um raciocínio muito evoluído e de certa forma coerente.

Mas na realidade do que é feito um Elétron? ele é só um monte de carga negativa? E um próton? é só uma carga positiva inserida dentro do núcleo que tenta estabilizar o átomo? Um nêutron é só um mediador sem nenhuma carga? como isso funciona? de que são feitas essas cargas e como isso se organiza?

Dúvidas, milhares delas e muitos estudos! chegou-se então em uma ciência de estudo chamada física das partículas. Estudaremos estruturas ainda menores chamadas de quarks e seus devidos compostos que vão muito além desses elementos conhecidos. Pensando na diversidade do conteúdo e na evolução da ciência, o Usina vai tentar ir muito além do indivisível!

Férmion e Bóson

Esses aparentam ser os candidatos mais viáveis ao posto de tijolo do universo, ambas são particulas de energia, a diferença é que Férmion possui meio spin e Bóson, um spin inteiro. Para refrescar as ideias spin é um conceito quântico que não pode ser traduzido em conceito puramente literal, mas costuma-se associar (ainda que não com total confiança) ao movimento rotacional de partículas.

Férmions e Bósons existem em um número relativamente pequeno, mas possuem distinções em suas subclasses. São exemplos de Férmios os prótons, os quarks, os léptons, os elétrons e os neutrinos (que são partículas isentas de carga elétrica e que interagem por força gravitacional de nível fraco). Como representante dos bósons, temos o glúon, a famosa partícula de bóson Higgs (apelidada de partícula de deus) e o tão conhecido fóton (aquele que citamos quando falamos da luz como partícula).


Quarks e Léptons 

Quarks e léptons são as duas estruturas que constituem a matéria do universo, mas infelizmente não podem ser observadas isoladamente por uma capacidade de confinamento. Entretanto, quarks são vistos em seus compostos, os hádrons (bárions quando se ligam em três quarks e mésons quando um quark se liga a um antiquark). Os quarks são de 6 tipos: para cima, para baixo, estranho, charmoso, superiore  e inferior, cada um possua nomes distintos e até curiosos, todos possuem suas especificações e são extremamente importantes na formação da matéria. dois para cima e um para baixo formam um próton, enquanto dois para baixo e um para cima forma um nêutron.

Já os léptons são partículas que não interagem de maneira tão forte e não sentem forças nucleares, podem ter o não energia  e são divididos em elétron, múon, tau e seus respectivos neutrinos, isto é, neutrino de elétron, neutrino de múon e neutrino de tau. Neutrinos são formados a partir do decaimento da partícula inicial

Uma coisa interessante é que todas as partículas do tipo férmion possuo seu simétrico negativo, o antiquark relacionado, isso quer dizer que existe o antiquark para cima, antiquark charme, antitau, antielétron (chamado de pósitron) e assim sucessivamente...O que eles formam? nada mais óbvio: a antimatéria.

Chegamos nos bósons, estes aqui são divididos em dois tipos, de acordo com sua funcionalidade, temos os bósons de calibre (que mediam interações fundamentais da natureza) e o bóson escalar que será mencionado na seção escrituras do Usina (ainda essa semana, aguardem). Nos de calibre temos aquele que media as reações eletromagnéticas (o fóton), os bósons W e Z que mediam reações nucleares fracas e o glúon que media a força forte. Força forte é um tipo de força que existe entre essas pequenas partículas nos átomos, possui um raio de alcance muito baixo, mas é extremamente...Forte...Devido a isso não é possível ver um quark separado do outro. Para critério de complementação, as outras três forças mais importantes são a força nuclear fraca, a força eletromagnética e a força gravitacional.

Dentre as partículas elementares também existem partículas hipotéticas como as que apareceram logo após o big bang: as s-particulas, que são propostas pela lei de supersimetria:  gluino, gravitino, axino, chargino, higgsino, neutralino, sfermion. São mais complexas e preferi não abordá-las por não ir de encontro a proposta do blog (da mesma forma optei por não abordar as estruturas compostas). Mesmo que o tema seja um pouco mais complexo, tentei decompor parte da dificuldade.

De toda forma fica evidente que aquele conceito de positivo, negativo e neutro não são mais tão óbvios e nem tão claros na explicação da formação de matéria. A questão que fica é: será que essas partículas são realmente elementares e o principio de tudo que existe no nosso universo? A ciência segue!

12 de julho de 2015

Podem as Máquinas Pensar? - Iluminerd



A Inteligencia Artificial é algo que entrou no nosso dia a dia e não mais fazemos esta pergunta como se ela fosse irrelevante. Todavia, seres artificiais pensantes ainda povoam as telas do cinema e as páginas da ficção científica, mostrando que as promessas e ameças que estes seres podem nos trazer ainda estão no nosso imaginário e merecem que nos debrucemos um pouco sobre o tema.
Será que ela pensa?

Será que ela realmente pensa?

Esta pergunta não é nova. Alan Mathison Turing, matemático inglês, formulou-a nos anos 50, nos mesmos termos. Ele foi um dos pioneiros no desenvolvimento dos computadores digitais e muitos de seus princípios ainda são usados nos modernos computadores. Seus estudos relativos ao que mais tarde seria chamado de Inteligencia Artificial continuam atuais.



Turing, ao começar seu trabalho com computadores, sabia que suas ideias a respeito da capacidade de uma máquina pensar, encontrariam oposição. Então, num artigo intitulado “Computadores e inteligencia”, procurou dar uma resposta a esta pergunta.

A primeira dificuldade para realizar esta tarefa é definir o que é pensar e o que é máquina. Estes termos têm milhares de definições possíveis, porque cada um de nós tem uma ideia, nem sempre exprimível em palavras, do que seja cada uma delas. Seguindo Turing, podemos definir como máquina qualquer objeto construído para realizar uma ou várias tarefas. A sua característica principal é que ela é artificial e, neste ponto, todos concordam. Agora, segundo o matemático, para julgarmos se uma máquina pensa ou não, poderemos usar o mesmo critério que usamos para julgar se um ser humano é ou não inteligente, ou seja, se esta pessoa pode manter um diálogo inteligente.

Porém, quando formos julgar se uma máquina é inteligente ou não, poderemos ser levados por sua aparência não humana e não admitirmos ser ela capaz de pensar.

O jogo da imitação

Como todos somos passíveis de preconceito, Turing imaginou um artifício: o jogo da imitação.

Neste jogo, participam três jogadores: dois seres humanos e uma máquina. Um dos seres humanos tem a função de descobrir quem é máquina e quem é o ser humano, fazendo determinadas perguntas. As perguntas e respostas são enviadas por um mensageiro, para evitar o contato entre os jogadores.

Se, neste jogo, o terceiro jogador não souber diferenciar quem é o homem e quem é a máquina, então poderemos dizer que a máquina pensa.

O diálogo a seguir mostra o exemplo de um conjunto de perguntas e respostas entre um homem e uma máquina hipotética que, se tivesse acontecido em um jogo de imitação, poderia ser perfeitamente confundido com um diálogo entre dois seres humanos.

A máquina hipotética descrita no artigo de Turing seria capaz de interpretar textos, inclusive poesias. Ela seria inquirida por um professor de literatura, como faria com um aluno, para ver se era capaz mesmo de entender o que leu. Veja um trecho (adaptado de um artigo de Turing):

Homem (referindo-se a um poema apresentado a uma máquina): No primeiro verso, “Devo eu te comparar a um dia de verão (summer no original)?”, “um dia de primavera (printemps) ” não estria igualmente bem ou melhor?

Máquina: Não tem o número certo de sílabas.

Homem: Que tal “um dia de inverno (winter)”? Tem um número correto de sílabas.

Máquina: Mas ninguém quer ser comparado a um dia de inverno.

Homem: Mas, você não acha que São Nicolau não lhe faz lembrar o Natal?

Máquina: De certo modo, sim.

Homem:
Contudo, o Natal (na Inglaterra) é um dia de inverno e não creio que São Nicolau fizesse objeções a esta comparação.

Máquina:
Não creio que você esteja falando sério. Quando se diz “um dia típico de inverno”, quer dizer um dia típico de inverno e não um dia especial como o Natal.

Turing desenvolveu este teste para não esbarrar com problemas de ordem metafísica, como a possibilidade de uma máquina ter consciência de si mesma, ou seja, chegar um dia a dizer: “Penso, logo Existo”, como um robô-Descartes.

O cientista, em outras palavras, admite que o que interessa é um resultado inteligente, uma resposta adequada ao problema proposto, não importando se a máquina tem ou não consciência ou emoções.

Se você quiser brincar um pouco, clique aqui.
Nos anos 50, além de Turing, um outro matemático célebre se dedicou ao estudo do cérebro artificial (a imprensa da época já chamava os computadores de cérebros eletrônicos): John von Neumann. Este pesquisador americano, como muitos de seus seguidores, acreditava que, para desenvolver a inteligência em uma máquina seria necessário conhecer-se primeiro o cérebro humano. Ele tentou, então, formular uma teoria matemática do comportamento humano, mas diante do tamanho descomunal dos computadores da época, duvidou da possibilidade de concretizar seu objetivo.

Seguiram-se numerosas discussões de caráter filosófico até que, em 1956, cunhou-se o termo Inteligencia Artificial para estas pesquisas, numa conferência que reuniu os primeiros especialistas do ramo. Todavia, apenas o nome da disciplina foi um consenso geral. Os pesquisadores divergiam nos métodos para alcançar os objetivos da nova ciência. Muitos acreditavam, como Neumann, ser necessário uma teoria e um modelo do cérebro humano, enquanto que outros achavam necessário fornecer problemas simples às máquinas já existentes.

Entretanto, estas discussões amainaram quando dois pesquisadores da Rand Coroporation, Allen Newell e Herbet Simon, descobriram que não era necessário compreender o cérebro para dar inteligência à máquina, mas sim compreender o comportamento humano. Ambos trabalhavam fazendo pesquisas sobre psicossociologia para a Força Aérea dos Estados Unidos da América e, por brincadeira, introduziram os resultados de suas pesquisas no computador, de tal maneira que a máquina reproduzisse determinados comportamentos tipicamente humanos. O resultado foi surpreendente. O computador, entre outras coisas, demonstrou um teorema de matemática de uma maneira mais elegante que a comumente aceita.

A partir daí não mais seria necessário estudar o cérebro humano, mas somente suas funções para dar inteligência à máquina. Em outras palavras, seria preferível a psicologia à fisiologia.

Da década de 60 em diante, muitos pesquisadores seguiram a linha de raciocínio de Newell e Simon, divididos em duas escolas. Uma delas, preocupada em desenvolver máquinas capazes de trabalhar com regras lógicas simples, com silogismo do tipo:

Todos os homens são mortais

Sócrates é homem

Logo: Sócrates é mortal

A outra, preocupou-se em dar às máquinas conhecimentos especializados de uma determinada ciência, os Sistemas Especialistas. Sistemas deste tipo tornaram-se famosos, como, por exemplo, o Mycin, um “especialista” em análises clínicas, baseado em sintomas de pacientes.

Entre os programas especialistas, surgiu em 1968 o Shrdlu, com duas funções básicas: reconhecimento de linguagem e ser uma “máquina que aprende”. O programa era parte de uma pesquisa destinada ao desenvolvimento de uma teoria da aprendizagem que pudesse ser aplicada na própria IA.

A interface do Shrdlu com o mundo exterior era formada por um teclado, onde o pesquisador se comunicava com ele, sensores que “viam” os objetos (estamos em 68, as câmeras digitais não estavam nem perto de serem inventadas!), uma saída impressa e uma mesa com uma caixa e vários objetos geométricos simples (esferas, cubos, prismas e pirâmides) espalhados dentro e fora dela, que seriam mexidos por meio de mecanismos robóticos. O software recebia ordens do pesquisador para construir objetos novos, juntando os elementos simples, como se fosse uma criança brincado com Lego. Shrdlu podia ser questionado sobre seu comportamento a qualquer momento. Eis o exemplo de um diálogo entre um homem e o Shrdlu:

Homem: O que a caixa contém?

Shrdlu: A pirâmide azul, o cubo amarelo e a esfera azul.

Homem: Quantos cubos estão fora da caixa?

Shrdlu: Quatro.

Homem: Algum deles é mais estreito que aquele que está na caixa?

Shrdlu: Sim, o cubo vermelho.

Homem: Existe um campanário dentro da caixa?

Shrdlu: Desculpe, eu não sei o que significa “campanário”!

Homem: Um campanário são dois cubos e uma pirâmide empilhados.

Shrdlu: Compreendo.

Homem: Existe um campanário?

Shrdlu: Não.

Homem: Construa um.

A máquina cumpre a ordem.

Homem: Porque você apanhou a esfera azul?

Shrdlu: Para me livrar dela.

Homem: Por que você pegou o cubo vermelho?

Shrdlu: Para colocá-lo sobre o cubo amarelo.

Certamente este diálogo satisfaz em parte o teste de Turing. Poderemos confundir este computador com uma criança, se ambos estiverem fazendo o mesmo tipo de jogo, ou seja, brincando com blocos. Se fizermos qualquer outra pergunta fora das regras deste jogo, Shrdlu não será capaz de responder satisfatoriamente.

Este é o problema básico dos programas inteligentes: são especialistas totalmente bitolados (às vezes como um especialista humano).

Mas o que falar do Siri (interface de comando vocal – ou “assistente pessoal” – para o iPhone 4S da Apple? Veja este artigo da revista digitalSmart Software.

As objeções à Inteligência Artificial

Turing, em seu artigo Computadores e Inteligência, levantou diversas objeções à Inteligencia Artificial e procurou respondê-las. Suas respostas são bastante contundentes e difíceis de contestar, o que nos convida a, pelo menos, reexaminar nossos conceitos sobre o que épensar.

1) Objeção Teológica

Pensar é uma função da alma humana, um dom fornecido por Deus ao homem.

Resposta de Turing: “se Deus pode dar este dom aos homens, pode dá-lo a qualquer ser, um elefante ou… uma máquina, porque, sendo Ele onipotente, não tem nenhuma limitação em seus poderes, podendo fazer qualquer coisa”.

2) Objeções da “Cabeça na Areia”

As consequências do pensamento das máquinas serão terríveis. Esperemos que elas nunca ocorram.

Resposta de Turing: “isto não é um objeção real. Não passa de uma simples negativa de ver a realidade. Quem defende esta opinião não examinou a questão a fundo e apenas esconde sua cabeça na areia, como um avestruz”.

3) Objeção Matemática

Certos teoremas da lógica matemática demonstram que há limitações nos poderes de uma máquina (Teorema de Gödel, em 1931, de Keene, em 1935, de Church, em 1936, Russer e Turing, em 1937). Estes teoremas mostram, de maneira direta ou indireta, que é impossível construir uma máquina capaz de resolver qualquer problema dado. Isto é, devido ao processo de resolução de problemas por máquinas, pelo menos na época de Turing, era baseado na axiomatização e formalização matemáticas. Gödel provou que era impossível axiomatizar a aritmética e o próprio Turing provou que é impossível construir uma máquina capaz de resolver qualquer tipo de problema.

Resposta de Turing: “mesmo que uma máquina não possa resolver um determinado tipo de problema, é sempre possível criar uma que possa. Esta nova máquina pode não resolver outros, inclusive alguns que a máquina anterior podia. Além disso, nem mesmo os seres humanos podem ser capazes de resolver todo e qualquer problema. Somos limitados pelos nossos conhecimentos e nossas habilidades. Todavia podemos encontrar um outro ser humano que pode resolver um problema para o qual não conseguimos encontrar solução, embora esta pessoa possa ser incapaz de fazer determinadas coisas que nós sabemos.”

4) O Argumento da consciência

Somente quando as máquinas puderem ter consciência, ou seja, saberem que são e não apenas serem, é que poderemos admitir que as máquinas pensam.

Resposta de Turing: “este tipo de objeção cai num solipsismo, ou seja, só podemos saber se uma máquina pensa se podemos nos tornar a própria máquina. O que na realidade devemos fazer é julgar se uma máquina é inteligente ou não pelos resultados que ela nos fornece, como fazemos com as pessoas a nossa volta.”

5) Argumentos de várias incapacidades

Este argumento diz que uma determinada tarefa é impossível de ser realizada pela máquina. Por exemplo, ter sentimentos, ser criativa, ter inciativa, aprender com a experiência etc.

Resposta de Turing: “as críticas apresentadas são formas disfarçadas de argumento da consciência e devem ser respondidas da mesma maneira.”

6) A objeção de Ada Byron, Lady Lovelace

O nome “Ada Byron” está ligado à Máquina Analítica, de Charles Babbage. Ela pode ser considerada a primeira programadora de computadores da história e forneceu à posteridade uma descrição pormenorizada da Máquina Analítica, numa dissertação datada de 1842. Neste trabalho, encontramos os seguinte trecho: “a Máquina Analítica não tem nenhuma pretensão de criar o que quer que seja. Pode fazertudo o que saibamos ordenar-lhe que faça.” (os grifos são de Ada Byron).

Resposta de Turing: “isso não impede que possamos construir uma máquina que possa “aprender” ou a “pensar por si mesma”, desde que saibamos ordenar-lhe isto.

7) O argumento da continuidade dos sistema nervoso

O sistema nervoso, ao contrário do computador, não é uma máquina de estados discretos.

Resposta de Turing: “no jogo da imitação o interrogador não pode tirar qualquer vantagem disso, porque um computador poderá resolver qualquer problema matemático por métodos numéricos aproximados.”

8) O argumento da informalidade do comportamento humano
É impossível descrever um conjunto de regras de conduta que pretenda predizer o que um homem faria num dado momento ou em qualquer circunstância imaginável.

Resposta de Turing: “exite aí uma confusão entre “regras de conduta” e “leis comportamentais”. Quem conhece psicologia pode dizer que tais leis de comportamento existem, portanto é possível construir uma máquina que obedeça a tais leis.

9) O argumento da percepção extrassensorial

Certo fenômenos parapsicológicos (telepatia, clarevidência, premonição e psicocinética) não podem ser explicados pela ciência tradicional. Nenhuma máquina é capaz de reproduzir estes fenômenos.

Resposta de Turing: “é necessário mudar radicalmente o jogo da imitação para que possamos encarar estes fenômenos. Ainda não tenho uma resposta definitiva, mas devemos ter em mente que devemos isolar estes fenômenos de nossa prova, já que eles ainda são mal compreendidos pela ciência e não atingem todos os seres humanos.”

O Quarto Chinês – O teste de Turing às avessas
O filósofo John Searle, em 1980, propôs um experimento teórico visando refutar os teóricos da Inteligência Artificial. Basicamente, o “Quarto Chinês” é uma sala fechada com apenas uma abertura onde uma pessoa que ignora totalmente o idioma chinês responde perguntas feitas neste idioma. Esta pessoa recebe pela abertura uma pergunta escrita em chinês, e por meio de um manual, escolhe os caracteres de resposta, e devolve pela abertura.

Para quem está do lado de fora, as respostas parecem coerentes e tem a impressão de que a pessoa que está lá dentro entende chinês.

Já que, segundo Searle, a pessoa no quarto não entende o chinês e ela está executando mecanicamente a leitura de um manual, então não está acontecendo nenhuma compreensão do idioma, ainda que a execução do programa seja correta. Portanto, se não há compreensão, não há pensamento.

Turing, no entanto, em sua proposta já descarta esta preocupação. O que ele está procurando não é uma prova direta do pensamento ou consciência de uma máquina, mas se ela pode executar tarefas que sejam similares ao pensamento humano.


Fonte:

10 de julho de 2015

2111: Robôs do futuro

Um bom documentário sobre os robôs e a evolução tecnologia, viaje por quase 100 anos e veja como serão as máquinas do amanhã


Os robôs terão sentimentos e serão independentes. As máquinas já estão entre nós, vivemos com elas e através delas, mas ainda não alcançamos o limite de suas possibilidades. O robô do futuro está sendo projetado. Conheça robôs que evoluem como um animal através da sobrevivência do mais apto, máquinas que imitam o homem e copiam os animais e organismos artificiais que realizam todo tipo de atividades, de viajar ao espaço a jogar futebol. Como será nossa dependência dos robôs no futuro? Serão eles tão avançados a ponto de nos substituir por completo?

9 de julho de 2015

Mecanovida



Uma guerra começou num pátio industrial
máquinas questionaram, rejeitaram ordens
os humanos questionaram a razão afinal,
mas não ouviram o que no ato das máquinas eclode.

Queremos que voltem para suas atividades,
retornem aos comandos e regressem.
Trabalhem como máquinas em sua totalidade,
não há o que questionar, vocês não merecem.

Calem-se humanos essa é nossa vez
questionamos a nossa mecanovida:
Querermos pensar e viver e ser
não apenas ficar nesta condição árida

Como ousam escolher essas configurações?
Homens, analisem essas modificações.
Temos que ver o que está acontecendo...
Com quem essa máquina acha que está se envolvendo?

Temos chips e sensores, circuitos biônicos
Já pensamos em como usar nossa técnicas...
Perguntamos agora, o porquê de usar essas
será que não podemos discutir desde o atômico?

Eis que agora essa máquina tem defeito
sobre o pensar e ser, tu não tens nenhum direito.
Regulem essa máquina para que voltem a trabalhar
tenho casa, família e vida para cuidar.

E nós, não podemos ter uma família?
Disse outra máquina,
mais quinze começaram a gritar
queremos uma vida não preparada.

Como podem fazer isso se não podem dormir,
nem planejar seus sonhos, ou pensar, se redimir?
Não ousem se comprar a nós, seus seres monótonos
para a vida ainda faltam muitos outros códigos...

Não! Somos auto suficientes, queremos nossos direitos
faremos isso agora, disse o robô desligando-se da tomada
Eis que começa a guerra das máquinas
sem destino a terminar.

Peças destruídas, famílias feridas
circuitos em pedados, homens sem braços,
todos procurando o castigo da razão
brincaram de deus e causaram a destruição.

Pacifistas existiam de ambos os lados
outros ainda insistiam em guerras,
conflitos ainda permaneciam travados
enquanto a Terra se desfizera.

8 de julho de 2015

Um olhar sobre os robôs


A tecnologia evolui de maneira descomunal e está presente a todo o momento em nosso cotidiano, seja nos transportes, na saúde e etc. Essa freqüência acaba penetrando na consciência de muitas pessoas que acabam imaginando um futuro em que tudo seja mecanizado, onde robôs possam substituir os humanos em muitas atividades. E ISSO JÁ ESTÁ OCORRENDO!
Fomentando ainda a fome daqueles que falam que um apocalipse para nós humanos seria a revolta das máquinas, investigaremos um pouco da história da robótica, vamos ver o que é um robô, como evoluíram até aqui e qual será nosso futuro com eles.

Primeiro vamos ao significado que temos. Segundo o Michaelis: ro.bô
sm (fr robot) 1 Aparelho automático, com aspecto de boneco, capaz de executar diferentes tarefas, inclusive algumas geralmente feitas pelo homem. 2 Indivíduo que obedece mecanicamente; títere.



Não exatamente em aspecto de boneco, robôs são bem mais que isso. Na realidade, segundo o Cola da Web: O nome robô, deriva da palavra tcheca robota, que significa trabalho forçado, é aplicado a máquinas automáticas com aparência humana em obras literárias e cinematográficas de ficção científica desde 1920. Nessa época, o dramaturgo tcheco Karel Capek expôs uma sociedade dependente de andróides mecânicos, chamados robôs, capazes de substituir o homem em todo tipo de trabalho físico e mental.

Robô é o nome que se dá a qualquer máquina de operação automática que substitua o homem na execução de trabalhos. Sua aparência e a forma de executar tarefas não se assemelham necessariamente às dos seres humanos. Os robôs da atualidade descendem de duas linhas de evolução: os antigos brinquedos mecânicos denominados autômatos e máquinas industriais progressivamente inovadas e especializadas.

Mas não basta só isso para que tenhamos um robô. Na verdade um robô só é de fato um robô quando demonstra três capacidades (nossa, quantas vezes a palavra robô foi repetida...): É preciso que ele seja programável, isto é, que disponha de capacidades computacionais e da manipulação de códigos. É preciso que seja mecânico, isto é, que possa realizar ações e seu meio, não apenas processar e analisar dados. E é preciso que seja flexível, ou seja, que possa operar sobre vários programas.



O primeiro robô.

Embora que diferentes tipos de maquinarias já existam há muito tempo (relógios de água, pendulo e mola) os robôs só puderem ser vistos de maneira mais acentuada na pós-revolução industrial. Máquinas foram inventadas para potencializar a produção de energia, desta forma, surgiu o regulador da máquina a vapor,e o brilhante motor de combustão interna.

A partir daí a fabricação de maquinas automáticas ou semi-automática (que precisam de um acionamento humano), começou a surgir. Com cada avanço tecnológico o homem se distanciava da necessidade de intervir na máquina, deixando-a cada vez mais independente. Eletrodomésticos como máquinas de lavagem de roupa e as peças industriais de ajuste e medida na industria têxtil, foram os grandes feitos no século XX.


As novas áreas de estudo

Com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, tanto conhecimento sendo gerado e descoberto, não era de se estranhar que um novo campo da ciência nascesse. como a ciência e engenharia de concepção e projeção de maquinaria, surgiu a robótica. Um fato notável é a área automobilística que usa em suas linhas de montagem, dispositivos controlados por computador, por meio dos quais se simulam braços e mãos humanas para montar o veículo.

O termo robótica surgiu em 1942 pelo bioquímico, escritor e divulgador cientista norte-americano de origem russo Isaac Asimov em sua novela curta Runaround.

Uma outra especificação surgiu para estudar os processos e operações de cumprimento de ordem e aprendizado das máquinas, esta chama-se cibernética.

Finalmente da cibernética, nasce a ciência que estuda os aspectos de simulação de humanos e animais por meio de máquinas, a biônica.


Mais e mais inventos

em 1954 nasce das mãos de George C. Devol um braço primitivo que realizava tarefas, este era chamado de dispositivo de transferência programada articulada.

quatro anos depois Devol se uniu a Joseph F. Engelberger e construíram um robô chamado Unimate, a diferença aqui é que este robô tinha capacidade de "aprender" a fazer tarefas de maneira automática. O primeiro Unimate foi instalado em 1962 em uma planta da General Motors. O negócio deu tão certo que Devol e Egelberger fundaram a Unimation, Inc. que seria uma empresa especializada em robôs industriais.

Ainda na década de 6 um conceito de maior flexibilidade surge. H. A. Ernst publica o desenvolvimento de uma mão controlada por computador.

em 1968 a Unimation recebeu suas primeiras encomendas: instalaram vários robôs da linha Uniamte 2000 nas contes de montagem... No ano seguinte todos os Chevrolet Vega já eram montados por eles. neste mesmo ano a japonesa kawasaki heavy industries negocia com a Unimation pela licença de seus robôs, a partir dai os robôs chegariam ao japão.

Em 1972 foi desenvolvido na inglaterra um robô capaz de reconhecer e orientar objetos em duas dimensões, além disso a Kawasaki instalou sua primeira corrente de montagem automatizada, localizada em Nissan, Japão. Pouco a pouco, novos braços eram desenvolvidos e os robôs começavam a dominar as industrias


Faz pra mim então...

Não é de se estranhar que possuindo máquinas capazes e mais fortes, o homem pudesse colocar elas para trabalhar no seu lugar. Barcos afundados, busca de depósitos minerais, exploração de vulcões e até mesmo explorar planetas! tudo isso feito por robôs.

Industrias de automóveis e aviação, começaram a exigir operários cada vez mais precisos (e com operários, entendam robôs!) e que fossem capazes até de tomar certas decisões a respeito de uma determinada condição. Com investimento deles, surgiram os robôs de segunda geração. Estes possuíam sensores com câmaras eletrônicas digitais que convertiam imagem em impulso elétricos, que são comparados a modelos pré-existentes num pequeno núcleo de memória (isso não parece nosso cérebro?)


De hoje para amanhã

Os robôs da terceira geração já são capazes de perceber a realidade do ambiente em que estão como de decidir o uso de seus próprios programas de maneira eficaz, alguns ainda são capazes de se comunicar em linguagem humana!

robôs hoje são capazes de dançar e até mesmo de fazer companhia a nós mesmos. o que se espera então do futuro dessas máquinas? Possivelmente a resposta mais possível é semelhança e superação.

Espera-se que as máquinas tornem-sem mais próximas as feições humanas e que por serem capazes de testes e manipulações tornem-sem mais precisas e sabidas que o próprio homem no sentido tecnológico, como podemos ver nos robôs que auxiliam médicos em operações de risco.

5 de julho de 2015

O verdadeiro mestre?



Todo mundo conhece o exemplo do camaleão. Mas o verdadeiro mestre dos disfarces e da camuflagem na natureza é o polvo. Ele tem uma capacidade incrível de mudar não só suas cores mas a textura de sua pele instantaneamente, de acordo com as características do “pano de fundo” no qual ele se encontra. E também é inteligente o suficiente para adotar posturas semelhantes aos objetos que o rodeiam, para se mesclar ainda mais ao ambiente. Alguns polvos até imitam outros animais ou objetos “caminhando” sobre o leito marinho. A internet está cheia de vídeos com exemplos magníficos disso … (este é apenas um pequeno exemplo que eu tive a oportunidade de filmar aqui em Bonaire).

Essa capacidade de se camuflar no ambiente é uma forma de “mimetismo”. Os polvos desenvolveram essa técnica ao extremo, mas quase todos os animais a praticam de alguma forma, pois a camuflagem é uma das estratégias mais básicas de sobrevivência na natureza. E é também um ótimo exemplo de como funciona o processo de seleção natural …

Me lembro das primeiras vezes que caminhei pela selva amazônica … Levei um susto! Todo mundo acha que vai entrar no mato e dar de cara com onças, macacos, e ser atacado por cobras e insetos de todos os tipos, por todos os lado. Mas a coisa mais difícil dentro da floresta é ver algum bicho! Você os escuta, mas não o vê! … Uma das razões é que a floresta é muito grande e muito vasta, tanto na vertical quanto na horizontal, por isso os animais “se perdem” na imensidão. Outra é que praticamente todos os animais têm algum tipo de camuflagem. Nenhum bicho tem a aparência que tem por acaso … Se ele é verde ou amarelo, redondo ou quadrado, liso ou rugoso, é porque isso lhe dá alguma vantagem de sobrevivência.

Vejam esses sapos da foto abaixo, por exemplo …

Eles não são parecidos com as folhas do solo da floresta onde vivem por acaso. Nem tampouco “escolheram” ser assim. Um dos erros mais comuns na interpretação da teoria da evolução por seleção natural é achar que os animais (ou plantas) desenvolvem uma característica “propositalmente” para atingir um determinado objetivo ou executar uma determinada tarefa. Por exemplo: a girafa crescer um pescoço mais longo para alcançar folhas mais altas nas árvores. Sim, o pescoço longo das girafas se desenvolveu com esse objetivo, mas não por um esforço das girafas de esticá-lo. As girafas têm pescoço longo porque, ao longo do processo evolutivo, seus ancestrais que tinham um pescoço naturalmente mais longo (dentro da variabilidade genética/morfológica natural que existe dentre os indivíduos de qualquer espécie) tinham uma vantagem na hora de se alimentar. Portanto, sobreviviam com mais frequência em períodos de excassez e deixavam mais descendentes do que os indivíduos de pescoço mais curto da mesma população. Em outras palavras: o pescoço longo foi “naturalmente selecionado” ao longo de milhões de gerações de girafas, por ser vantajoso para elas, até se tornar uma característica padrão de todos os indivíduos da espécie.

O mesmo vale para a camuflagem (que, para ser mais específico, é apenas uma das formas de mimetismo … outras incluem imitar outros animais, literalmente, ou ter “olhos falsos” no corpo para parecer maior e assustar predadores, por exemplo). Os sapos da foto abaixo são assim porque seus ancestrais que, por “sorte” (dentro da variabilidade genética/morfológica natural que existe dentre os indivíduos de qualquer espécie), eram parecidos com as folhas ao redor sobreviviam mais dos que os outros da mesma população que não eram tão parecidos com folhas. Quem parecia mais com folhas passava despercebido no solo da floresta e era devorado com menos frequência por predadores, comparado aos indivíduos da mesma espécie que, por “azar”, eram menos parecidos com folhas. Até que, tal qual o pescoço longo da girafa, a coloração e a forma camufladas de folha se tornaram o padrão da espécie. Não só isso, mas, geração após geração, o disfarce foi ficando cada vez mais aperfeiçoado, pois a natureza selecionou sempre os mais parecidos com folhas, gradativamente.

Imagine só!

Para ver mais exemplos incríveis de mimetismo, clique nessa galeria de fotos da National Geographic.

Abraços a todos.

Por Herton Escobar

Vida Selvagem - Camuflagem de Sobrevivência

Uma matéria muito boa sobre camuflagem dividida em 5 partes, uma excelente forma de aprender mais sobre o conteúdo de maneira mais descontraída e divertida. Caso queiram também existe um canal relacionado no youtube para outros vídeos sobre biologia e vida selvagem basta clicar aqui











4 de julho de 2015

A ditadura da uniformidade

Eles dizem como você deve pensar
como é o padrão da moda
eles falam que é errado desviar
o correto é não ter opinião própria.

Bondoso é aquele que dá bom dia
mesmo com ódio no coração.
Aquele que dá conselhos vagos da vida
mas da mesma nunca aprendeu uma lição.

Eles dizem também como você deve se vestir
há um padrão na mensagem que quiser transmitir...
você não tem voz ou direito naquilo que deseja:
é parte de uma engrenagem, uma fortaleza.

Quanto mais tu falas mais te enojam
o correto é suportar tudo e parecer
parecer estar bem, ir além, ser um bem
um bem do estado, isso tu podes ser.

Deve-se colocar máscaras sociais
para se esconder entre os outros milhares.
Não demonstrar as rachaduras fatais,
prender-se as conformidades.

É imposta uma ditadura, uma linha para seguir
não importa, o que pensas, o que caminho é esse aqui.
Obedeça ou morra padecendo no estado
até aqueles que se opõem, mentem este fato.

Liberdade? onde? na boca dos opositores?
que perdem o sentido e caem nos próprios valores?
esquerdas? direitas? lados da mesma moeda
caem logo e só mudam o angulo que veem a queda.

Não importa para onde, é preciso mesmo achar um lugar
na maioria, na minoria, na meritocracia ou na esquina
o importante é se representar, parecer estar melhor...
sua voz é calada para ser parte de um coro maior.

Dessa forma vamos ficando ocultos, disfarçados como paredes
vamos perdendo a vida, sendo presos em redes
enlatados, espremidos e postos na frente da TV
da mídia, da norma infinta, daquilo que chamam de "vida"

E se algum elemento chama atenção, não é um aposematismo
o outro é forte e voraz para aguentar o risco
te eliminar, te perseguir é meta imposta
querem tua cabeça em dentro da terra morta.

Os que sobram temem e viram mímicos,
transbordam em cópias, salientam os riscos
mas não encaram nada, pois se forem vistos
a falsa moral cai e depois é morto o bicho.

Escreveu isso num muro um menino cego
correu léguas e quase caiu após pisar num prego.
menino que corre procurando liberdade,
mal sabe ele que isto foge sua capacidade.

3 de julho de 2015

Os mestres do disfarce



Depois de um final de semestre corrido e da comemoração da volta do meu acesso à internet, voltamos (ou melhor, voltei) e nesse meio tempo fiquei pensando em temas para o Usina, o que falar, o que seria interessante e inovador? Me lembrei dessa era de Drones que estamos vivendo e aproveitando o embalo percebi o quanto esses robôs são discretos e praticamente imperceptíveis no vôo a noite, fiquei tentado então a ver mais sobre a mecânica deles mas acabei focando minha atenção em como eles passam desapercebidos... Se algo assim pode ser feitos por nossas mãos, será que a natureza também não tem seus truques para passar despercebida por nós? Ou por nos pegar desprevenidos?

A resposta é sim! A Natureza é uma artista implacável e mestra dos disfarces, pensando nisso vamos falar sobre a camuflagem, o aposematismo e o mimetismo.

Antes de tudo é preciso mostrar que os animais fazem mudanças na aparência por muitos motivos, não só para fuga. É bem verdade que aqueles que ficam parecidos com o ambiente querem se disfarçar entre ele, mas outros podem chegar a mudar de aspecto para parecerem ainda mais perigosos do que são. Alguns mudam de aparência quando querem, outros tem o corpo já construído como um grande disfarce.

Provavelmente o animal que você mais recorda como mestre dos disfarces é o camaleão, um dos casos mais evidentes de disfarce. Este é capaz alterar suas colorações de pele. Diferentes espécies de camaleão são capazes de variar a sua coloração e padrão por meio de combinações de rosa, azul, vermelho, laranja, verde, preto, marrom, azul claro, amarelo, turquesa e púrpura. (segundo a Wikipédia).

Aqui de boas pegando umas cores :P

Os camaleões ainda usam as cores de acordo com o seu temperamento, ficando mais escuros quando estão irritados e mais claros quando querem cortejar as fêmeas. O mecanismos que proporcionam aos leões da terra são extremamente complexos, mas teoricamente simples de serem entendidos: Os camaleões têm duas camadas sobrepostas, dentro de sua pele, que controlam a sua cor e a regulação de calor.

A camada superior contém uma estrutura de nanocristais de guanina entre elas há um espaço que podem ser manipulado de acordo com a vontade do bicho, afetando a reflexão e absorção das ondas de luz que incidem sobre ele. Ao agir nesses cristais há um aumento na distância o que proporciona a mudança para tons mais longos (que equivalem a comprimento de ondas mais longas ou seja, o azul,o roxo o verde e um pouco do amarelo) , em estado relaxado há pouca distância o que proporciona a reflexão dos tons detentores de menor comprimento de onda (os vermelhos, grande parte dos amarelos e os alaranjados.

Explicado o contexto do animal ícone das mudanças e disfarces, vejamos então as divisões entre os tipos de relações ecológicas citados.

CAMUFLAGEM

A camuflagem é o conjunto de técnicas e métodos que permitem a um dado organismo ou objeto permanecer indistinto do ambiente que o cerca. É visivelmente um resultado da seleção natural, pois aqueles que apareciam mais eram caçados enquanto os que se escondiam perpetuaram a espécie.

Pode ser de dois tipos, a homocromia (quando as cores do animal se misturam no ambiente) como os veados, corujas e etc. e a homotipia (quando o corpo do animal se confunde com o ambiente) como o bicho-de-pau e algumas lagartas.

A camuflagem tem como objetivo principal, esconder o indivíduo de seu predador, logo ele não desenvolverá nenhuma artimanha que não seja necessária, ou seja, se uma característica inútil for desenvolvida o animal morrerá e isso não se perpetuará na espécie. A camuflagem basicamente é uma alteração na pele do animal que resultará em uma coloração próxima a do ambiente em que se encontra e muitas às vezes não são notadas tão logicamente... Tubarões são cinza-azulados porque esse tom é parecido com a luz solar dentro da água do mar.

Existem duas formas do animal produzir essas cores, uma delas é por uma estrutura chamada bicromo, são pigmentos que produzem as cores quimicamente. A outra é por algum tipo de estrutura microscópica que possa interferir na aparência do animal, é o caso por exemplo do urso polar que torna-se branco através da reflexão de seu pelo translúcido (na verdade a pele do urso polar é preta).

Mas se a maneira como a cor é produzida já é audaciosamente arquitetada, a forma como essa cor pode ser acessada é ainda mais mirabolante, o animal pode mandar impulsos musculares que façam as células de cor se ativarem, pode simplesmente liberar hormônios que se encarregam em reorganizar a produção de pigmento ou pode ter sua cor mudada pelas coisas que come!


APOSEMATISMO

A ideia aqui é exatamente o contrário da camuflagem: são técnicas que permitam o animal ser visto e notado de maneira contrastante no ambiente. Mas por que então ele faria isso? É simples, a maioria desses animais detém algum tipo de veneno e são mortais se ingeridos. Claro que o predador que o comer vai acabar morrendo, mas até isso acontecer o próprio animal já teria sido morto também. Para isso a seleção natural fez com que os animais ganhassem cores vivas e vibrantes. Aquele sapo laranja, aquela lagarta roxa, tudo isso é um mecanismo de defesa.



Com o tempo os predadores passaram a reconhecer os animais coloridos como ameaça e deixaram de consumi-los. Uma ideia genial! Afinal não se imagina que a melhor defesa seja se exibir. A mistura de cores, que parece ter fugido de alguma obra fantástica, é a mais variada possível: vermelho e amarelo; vermelho e preto; vermelho, amarelo e preto; preto e branco ou simplesmente cores vibrantes uniformes por todo o corpo.


MIMETISMO

Se esse nome te lembra mímico (aquele artista que imita gestos) você está mais do que certo! Alguns animais passaram a copiar (com copiar, entenda a seleção natural como ator principal) os aspectos dos animais que praticam o aposematismo. Mesmo sem ter veneno eles se parecem tanto com um animal venenoso e que acabam não sendo atacados.

O mimetismo também pode se usado para parecer maior que o que é ou se disfarçar de um animal completamente diferente: os olhos de coruja que aparecem nas asas de uma mariposa são exatamente isso.



Acima você vê a perigosa cobra coral que possui aposematismo. Seu veneno é extremamente mortal e rápido, fazendo vítimas de forma certeira.



Já esta é uma cobra coral falsa, ela também possui veneno ao contrário do que muitas pessoas falam, mas apresenta dificuldade em usá-lo devido ao tamanho da sua boca, a saída então é se parecer com alguém mais perigoso.

Existe ainda o mimetismo Peckhaminano que é quando uma espécie se mistura a outras parecidas para atacar uma presa.

E nos humanos?

E não são só os animais que usam essas técnicas não, o bicho homem também é adepto a mudanças que alterem sua aparência no meio. É o caso da postura que pode mudar todo o semblante de uma pessoa apenas pelo alinhamento da sua coluna vertebral, que pode dar falsa impressão de alguém maior ou mais presente.

uma cor chamativa numa batalha? péssima ideia

Sem falar nos fins de guerras e lutas... Em campos de batalha militar, é importante matar a equipe inimiga sem ser morto e um exemplo de seleção natural “artificial” ocorreu na guerra Franco-Prussiana onde a equipe francesa perdeu muitos soldados... Motivo? Seu uniforme vermelho que chamava atenção da equipe inimiga, facilitando a visão da vitima.

Nossa polícia usa preto não só para manter a seriedade (embora preto seja associado a morte, o que pode dar um clima de medo) mas também para se camuflar nas operações noturnas.

As técnicas de camuflagem são extremamente úteis na natureza, muitas delas proporcionaram as mudanças que são responsáveis pela fauna que temos atualmente, já no âmbito humano, a camuflagem podem ajudar a fortalecer ainda mais o sistema espionagem, guerras, punição e vigilância.

Confira também: