23 de março de 2015

Viajar no tempo: Loucura ou Verdade?




Quem nunca se surpreendeu com o avanço da ciência e questionou-se com suas infinitas possibilidades (ou quase infinitas), não sabe o que é ter curiosidade. Entre todas as descobertas que se manifestam como maravilhas perante nosso tempo, infelizmente (ou felizmente) nenhuma delas são  tão grandiosas quanto as que ainda queremos descobrir.

Na finitude da vida humana temos cada vez mais compromissos e afazeres devido à modernização da sociedade e do aumento dos nossos próprios interesses. Certamente, você já deve ter percebido que é impossível realizar tudo apenas com sua vontade. O homem carece de tempo: é escravo dele. Quão fantástico seria descobrir mais sobre fatos da humanidade, prever os passos de suas ações ou de maneira mais egoísta, poder reparar nossos próprios erros sem causar dano aos outros? Quão belo seria romper essa amarra e atravessar livremente pelo tempo? Movido pela curiosidade, o Usina de pensamentos resolve se aprofundar um pouco mais no tema: Viagem no tempo!





Malas prontas? Destino certo? Embarcar!

Quanto tempo o tempo tem?

A viagem para o futuro definitivamente não seria como a maioria dos filmes insiste em mostrar...Isso porque espaço e tempo são um só elemento, então você não poderia oscilar o tempo e continuar mantendo o espaço estático.

Outros filmes acertam em descrever melhor o cenário da coisa. Para viajar no tempo (para o futuro) você teria que se deslocar para uma região onde o tempo passasse mais rápido. Mas como isso seria possível?

Tudo começou quando no início do século 20 quando descobriram que o tempo não é constante em todos os locais do universo. Cientistas começaram a medir a velocidade da luz era constante em qualquer ponto de observação...Não entendeu? Bem, sabemos que a velocidade é a variação de espaço que se percorre num determinado tempo. Se você percorrer 80 quilômetros em uma hora terrestre, dizemos que você percorreu o trajeto numa velocidade de 80 km/h.

Entretanto se quando os cientistas olharam o espaço em diversos pontos (espaços diferentes) de observação e constataram a mesma velocidade... Então nossa fórmula matemática só faz sentido se a variação for do próprio tempo nesses meios. Logo o tempo não é constante em todos os locais do universo.

Para mantermos a velocidade da luz temos que admitir mais uma coisa, que se alterarmos o tempo estamos alterando o espaço (do contrário a constante nunca permaneceria), e o que é capaz de distorcer o espaço? A gravidade!

Brilhante não é? Então para viajarmos no tempo precisamos comprimir o espaço fazendo o tempo diminuir. Basta procurar um ponto de gravidade diferente do seu.... E isso pode ser obtido aqui na Terra mesmo, a questão é que a alteração é tão pequena que a viagem é imperceptível.


Ida e volta?

Para viajarmos para o tempo devemos comprimir o tempo com a gravidade do espaço. Porém isso é um processo sem volta. Uma vez que se viaja no tempo não se pode voltar e a razão é bem simples: o contrário de comprimir é dilatar, mas dilatar o tempo não volta o tempo e sim o retarda. O que podemos é fazer o tempo passar mais lento, quase parando, mas não podemos voltar.

Infelizmente esqueça ver os dinossauros ou os brinquedos da sua infância :(

Outro problema muito forte é que para viajar no tempo é preciso superar a velocidade da luz, uma vez que só assim a estabilidade o tempo espaço aceita deformidades permitindo as tais viagens.

Mas para fazer qualquer coisa ser mais rápida do que a luz é necessário muita, mas muita energia. E essa coisa seria algo de massa incrivelmente irrisória, a realidade da viagem no tempo admitindo os parâmetros normais é muito chata e o que seria transportado, se tudo desse certo seria um mero elétron.
Outro problema de viajar no tempo é a teoria do universo paralelo. Segundo essa teoria, antes de uma decisão ser tomada, todas as outras decisões são tomadas em paralelo para qualquer tipo de evento. Deu um nó na cabeça? Sugiro que você volte a postagem dos paradoxos na semana da matemática e procure AQUI o vídeo com o paradoxo do gato de Schrödinger. Caso ainda assim não tenha compreendido muito bem eu dou um exemplo simples. Quando você começou a ler este texto você teve a opção de continuar lendo ou não ler mais. Você está aqui então escolheu ler, mas para lógica do universo as duas coisas aconteceram e ao mesmo tempo! Cada uma em seu universo próprio.

O risco então seria viajar no tempo e acabar indo para um passado (o que é admissível usando a teoria do wormhole) mas voltar para uma realidade alternativa, onde nenhuma ação sua teria influência com a sua realidade, pois ela ainda estaria intacta com o universo paralelo ao que você estaria atualmente (onde aquele seria seu universo original).

Viajar para o futuro funcionaria da seguinte forma: Você seria jogado para um ponto de gravidade maior onde o tempo passaria mais lento, enquanto as coisas no local onde você estava continuariam seguindo em frente, avançando. Dessa forma quando você voltasse estaria com a mesma aparência do “passado”, mas teria voltado para o “futuro”. Agora o título do filme faz muito mais sentido.

Paradoxos, paradoxos e mate a você mesmo(?)

A questão da viagem no tempo é falseada muitas vezes por diversos tipos de paradoxos, vejamos alguns deles:

Paradoxo do avô - o viajante volta no tempo e mata seu avô na infância, tornando impossível a sua própria existência;

Nessa aqui teríamos um desastre: o que aconteceria comigo se eu voltasse no tempo e matasse meu avô? Eu iria sumir da existência do universo naquela hora, porém a realidade é que se eu fiz isso eu mesmo nunca existi. Mas se eu nunca existi como eu voltei no tempo para matar meu avô?

Paradoxo da duplicação - o viajante volta poucas horas e encontra consigo mesmo, impedindo que faça a viagem no tempo, alterando assim sua própria História e criando uma duplicata permanente;

Uma versão interessante é dita muitas vezes é que voltar ao passado só é possível se você não encontrar você mesmo, pelo que os estudos contam, inexplicavelmente você e sua forma do passado enlouqueceriam e/ou causariam um erro na malha do espaço tempo. Além disso viajar no tempo para me impedir de viajar no tempo me prenderia naquele passado pra sempre. Bem... Ao menos eu finalmente conseguiria uma dupla legal para os trabalhos da faculdade (risos).

Paradoxo final - a pessoa volta ao passado e impede que a tecnologia que o levou ao passado seja inventada.

Outras versões tentam bloquear esse paradoxo afirmando que só é possível voltar no tempo a partir da invenção da máquina, logo seria impossível voltar no tempo para realizar o paradoxo da duplicata.

Será que é tão válido assim?

“A persistência da memória”, de Salvador Dalí.

A questão levantada é que a viagem no tempo é usada em muitas vezes com duas causas dependendo do tempo (deixando de claro as que se preocupam o fenômeno apenas para estudos do transporte de matéria e afins):


Passado – Evitar o sofrimento, corrigir erros

Muitos querem viajar no tempo para impedir, por exemplo, as grandes guerras mundiais, porém se isso fosse feito, a população da Terra entraria num estado de total superlotação, além disso, os filhos nascidos por casais que se encontraram em fluxo de imigração, deixariam de existir. Deixaríamos pessoas vivas para matarmos outras. Além disso, porque querer extinguir o sofrimento? Ele nos amadurece e nos deixa mais inteligentes para não cometermos as mesmas coisas que outrora foram feitas. Se Nietzsche disse que é necessário digerir o passado para um presente mais cômodo, é necessário ter comida para digerir. Porque corrigirmos erros? São eles que nos apontam, diversas vezes, para os acertos. Retirar esse dom de errar é retirar a capacidade de responsabilidade do ser humano, que poderia sujar o carpete e depois, ao invés de aprender a limpar, simplesmente voltar para o momento que sujou.

Futuro – Acesso ao conhecimento avançado, diminuição do esforço.

O conhecimento é infinito e disso não há dúvida, sendo assim, porque deveríamos ver as facilidades do futuro e anteciparmos o conhecer e pesquisar da ciência do nosso próprio tempo? Penso que não existe razão para procurarmos uma ciência paralela a nossa realidade se não temos o menor domínio da nossa própria ciência. Não sendo apenas isso, a procura por facilitações é sempre bem vinda mas me causa uma grande dúvida: queremos dobrar o tempo (viajar por ele) para obtermos técnicas que nos deixem mais capazes de explorar o tempo (diminuindo assim o esforço que é nitidamente um dos principais causadores do conhecimento e da sabedoria)...Mas o que faremos com o nosso tempo livre? Queremos tempo para gastá-lo ou gastamos tempo para querê-lo?


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