2 de agosto de 2014

A fúria de um poeta (parte 1)



É incrível como tentam mudar a situação
se a presença nossa incomoda
a presença vossa não importa
independente de sua falsa visão.

Fomos arrastados, excluídos de nossas amizades
Afinal, aonde estou, não deve ter espaço para felicidade
já que o foco é outro, moldar um ambiente inexistente
aparentar uma beleza diferente,

Isso por mim não é necessário, a beleza está nos defeitos
a imperfeição acaba com todos os falsos preceitos
de que o perfeito existe, de que só o egoísmo importa
que o cinismo bate frente a nossa porta.

Não acredito que onde tantas coisas boas foram adentrando
tantas alegrias, risos e lágrimas
parece ter sido jogado fora, rasgando a mágoa
por opiniões de quem nem sabe o que está falando.

Prefiro me abster de pensamento mesquinho
de seu pseudo-perfeito-idealismo
onde deve estar tudo isolado e perfeito
Afinal há algo que importe mais que fama e dinheiro?

Nunca fui de dar voz ao meu talento
talvez nunca mais o faça, mas só nesse momento
cansei de ouvir suas piadas como por falsidade
quando por vezes dependeu de minha boa vontade.

Para ser humano não é preciso cargo
para sicrano não basta levar o fardo
é necessário criar uma barreira de convivência
onde não se vive com, pois não há vivência

As minhas letras parecem doer?
doem mais que mil punhos, pode crer.
a fúria de um poeta não se expressa em agressões
Se expressa em notar e mostrar, a sua visão e vontade.

Mas te peço como ultimo favor pessoal.
não me peça poemas, isso pega mal
e vou tentar te explicar o que acontece em mim:
poemas são marcas de sentimentos em fim!

Se não me dá liberdade para conviver feliciferamente
como pegarei em grafite e transmitirei meu presente
já não adianta seu crédito barato,
não organizo nada de poemas para ti, antes me mato.

Como não pretendo assim o fazer, digo em minhas ultimas estrofes
talvez eu fique longe enquanto a farsa está ai
mas não perderei nada do que vivi ali
ganhei amizades, sentimentos de verdade,
algo que transcende sua pérfida realidade.

Como me fala de um ambiente de liberdade, se nos restringe a ficar apenas em suas delimitadas passagens?

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