5 de agosto de 2015

Aproveite o silêncio (lado A)

Logo após o barulho da cidade,
quando o asfalto se cala ,
só resta o zumbido que permeia na eternidade,
quando o silêncio é a única fala.

O mesmo que amedronta e provoca o delírio,
esconde dores e falseia um tranquilo estar,
o silêncio envolve a vida em martírios,
mas liberta o ser do falar.

É difícil sua convivência, mente fracas padecem,
o silêncio deprime a alma elouquece,
muito mais perigoso é quandoo impõem,
não há mente que do sofrimento esquece.

Depois de convivido com o silêncio infernal,
o ser, se sobrevive, torna-se impenetrável,
não há barulho que o ofenda ou faça mal,
nada machuca a ferida de um silêncio inabalável.

Depois de muito tempo eis que a alma acostuma,
e o silêncio passa a ser amado,
para alguns ele pode ser até ensinado,
desde que do perigo se assuma.

No final ele é necessário e muitas vezes lembrado:
remédio desejado por todas as mentes inquietas,
veneno evitado de todas as almas, um fardo,
mas estudado por todas as mentes espertas.

Não há fuga, ele invade todos os lugares,
como o escuro da palpebra e o vazio da matéria,
o silêncio invade, consiste e reverbera,
da melodia mais linda até o choro mais audaz.

O silêncio deve ser aproveitado,
como uma medida de percepção.
O silêncio deve ser adimirado,
como um sinal de reflexão.

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